O Real Madrid-Villarreal tinha tudo para ser mais um daqueles jogos em que os merengues respondiam às críticas pelas últimas exibições com uma vitória categórica. E tinha tudo porque é isso que está na génese dos verdadeiros campeões: quando sentem o seu orgulho minimamente beliscado após uma série de maus resultados, arrancam aquelas exibições convincentes e arrumam de vez com qualquer fantasma. Hoje, não foi o caso.

Na conferência de antevisão, Zinedine Zidane tinha voltado a sair em defesa dos jogadores até de forma crispada, desdramatizando o momento da equipa. “A situação é esta, é aquilo que é, mas temos de olhar para as coisas de forma positiva: estamos vivos em todas as competições, não estamos tão mal como dizem”, destacou, prosseguindo: “Estou cansado de ouvir essa conversa que o Real está mal. É muito fácil dizer mal, vende mais! Revejo sempre todos os jogos que fazemos e consigo encontrar coisas positivas ao contrário de vocês”.

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A mensagem foi forte, a resposta é que nem por isso: depois do empate em Vigo com o Celta para o Campeonato e da igualdade em casa com o Numancia para a Taça (ambos 2-2), os blancos perderam no Santiago Bernabéu por 1-0 com o Villarreal, com o golo decisivo a ser apontado a três minutos do final por Pablo Fornais. E, no final do jogo, foram bem audíveis os assobios dos adeptos merengues à beira de um ataque de nervos…

Com mais este desaire, o Real Madrid soma números completamente “anormais” na Liga: em 18 jogos, ganhou apenas nove, além de cinco empates e quatro derrotas. E, se olharmos para o rendimento caseiro, a realidade é ainda pior: os campeões espanhóis (e bicampeões europeus) fizeram apenas 17 pontos em 30 possíveis. Com isso, a diferença para o Barcelona é de 16 pontos e até o segundo lugar (Atl. Madrid) está já a sete. Desde maio de 2009 que a equipa não perdia dois jogos seguidos em casa para o Campeonato.

Quando a bola não quer entrar é muito difícil e não merecíamos este resultado. Os jogadores fizeram um grande esforço mas, quando temos as oportunidades, devemos converter. A situação está muito complicada mas não podemos baixar os braços porque, se fizermos isso, nem vale a pena tentar”, disse Zidane no final do encontro.

De referir que, durante a semana, o lugar de Zidane chegou a ser colocado em causa na imprensa espanhola, havendo mesmo um nome a ganhar força como possível sucessor na próxima temporada: Joachim Löw, atual selecionador da Alemanha. A eliminatória da Champions com o PSG será um ponto decisivo na época.

Em paralelo, Cristiano Ronaldo, que falhou uma oportunidade clara de golo num lance onde se ficou a reclamar grande penalidade, acabou por não ter grandes motivos para festejar no 500.º jogo como sénior entre Sporting, Manchester United e Real Madrid, somando a 68.ª derrota nesse percurso.