Bernard Tomic já chegou a ocupar a 17.ª posição do ranking ATP em 2016 mas é sobretudo conhecido por ser uma espécie de talento desperdiçado (o próprio admitiu que não gosta muito de ténis e que faz carreira esforçando-se apenas a 50%) que dá mais nas vistas pelas polémicas do que propriamente pelos feitos nos courts. A começar uma nova temporada, e com 25 anos, assim continua. E logo no “seu” torneio, o Open da Austrália.

O jogador com raízes croatas nascido na Alemanha mas radicado na Austrália desde os três anos (apesar de viver no Mónaco) é aquele que, em 2009, comunicou ao staff de Lleyton Hewitt (antigo vencedor de Wimbledon e do US Open, além de ter sido finalista vencido no Open da Austrália) que o jogador não era suficientemente bom para treinar com ele; é aquele que, em 2012, foi multado três vezes pela polícia antes de se fechar em casa; é aquele que, nesse mesmo ano, perguntou ao árbitro se era possível expulsar o pai/treinador por estar a aborrecê-lo; é aquele que, em 2016, se pegou com um espetador durante um encontro do US Open; é aquele que, resumindo a história, já foi mais do que uma vez acusado de perder de propósito por não se esforçar durante o jogo.

Agora, após perder nas qualificações do Open da Austrália (1-6, 7-6 e 4-6 com o italiano Lorenzo Sonego, 218.º do ranking), voltou a ser protagonista pelas piores razões nas declarações à imprensa. “Que conclusão tiro da derrota? Que vou contar o meu dinheiro, vou ficar a contar os milhões que tenho. Agora vai lá para dentro e faz aquilo que eu fiz. Adeus”, atirou de forma agressiva o atual número 142 do circuito ATP. “Vão e gerem 13 ou 14 milhões. Boa sorte rapazes”, reforçou depois o jogador que soma apenas três triunfos como sénior e em torneios de menor dimensão, em declarações citadas pela Marca.

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Em paralelo, Tomic aproveitou para enfrentar de novo a Federação Australiana de Ténis, que já tinha acusado em 2015 de falta de apoio. “Nunca necessitei da ajuda da Federação para conseguir o que consegui na minha carreira. A última vez em que passei pela fase de qualificação de um Grand Slam tinha 18 anos e cheguei aos quartos”, salientou, como refere o El Español, em resposta à recusa da organização em dar um wild card.

E o que vai agora fazer o jogador australiano? Prepara-se para entrar no programa “I’m a Celebrity… Get Me Out of Here” (“Sou uma Celebridade… Tirem-me daqui”, em tradução literal) do Channel 10, numa aventura na selva em África que lhe vai render uma considerável verba (o The Herald Sun falou em 500 mil euros). De referir que outros desportistas já entraram no reality show mas sempre depois de terem terminado as respetivas carreiras, como o antigo jogador de críquete Shane Warne ou o ex-jogador de râguebi Paul Harragon.