Uma draga que realizava trabalhos de reposição de areias virou-se esta terça-feira na barra da Armona, em Olhão, no Algarve, provocando hipotermia em quatro trabalhadores que caíram à água, anunciou a Autoridade Marítima Nacional (AMN).

Segundo a AMN, a draga, com 80 metros de comprimento, da empresa Sofareias, virou-se cerca das 8h10 na barra do Lavajo, na Armona, em Olhão, “após a mudança de turno dos trabalhadores”.

“Quatro dos tripulantes caíram à água, tendo poucos minutos depois sido recolhidos pelo táxi-marítimo e transportados para a Estação Salva-vidas de Olhão, apresentando, no entanto, sintomas de hipotermia à chegada a terra”, indicou a AMN em comunicado. Segundo o Capitão do Porto de Olhão, Nunes Ferreira, os quatro tripulantes foram de seguida transportados para o hospital de Faro. Ferreira referiu ainda que um dos tribulantes tem “uma possível lesão da coluna cervical”.

A Autoridade Marítima assegurou que “a possibilidade de risco ambiental está posta de lado”, apesar de o navio ter cerca de 12 mil litros de gasóleo a bordo, estando o caso a ser acompanhado pelo Capitão do Porto de Olhão e de um engenheiro da AMN.

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Má acomodação de carga pode ter contribuído para virar draga, diz Câmara

Uma má acomodação de sedimentos nos depósitos da draga que operava junto à barra da Armona, em Olhão, pode ter contribuído para provocar a viragem da embarcação, disse o presidente da Câmara, António Miguel Pina.

O autarca frisou, no entanto, que é cedo para tirar conclusões definitivas, porque ainda estão a ser investigadas as causas da viragem da draga de 80 metros.

“Pode ter a ver com má acomodação das areias dentro do barco ou algum excesso de carga que fez com que o barco virasse. Mas são suspeições”, afirmou António Pina, em declarações à agência Lusa, referindo-se ao incidente registado às 08h10.

O presidente da Câmara de Olhão, uma das 16 do distrito de Faro, precisou que a embarcação em causa participava nos trabalhos de dragagem no Lavajo e “o local de retirada [de areias] era a barra e o de deposição era a praia do Barril”, em Tavira.

Questionado sobre a possibilidade de derrame de combustível dos depósitos da embarcação virada, António Pina respondeu ter recebido a informação de que “os depósitos não tinham grande quantidade” de combustíveis e as autoridades marítimas “estavam a tentar perceber como poderiam eventualmente acautelar ou minimizar essa situação”.

De acordo com o Capitão do Porto de Olhão, Nunes Ferreira, “existem pequenas fugas de combustível, embora as condições do tempo minimizem o risco, provocando a sua evaporação”.

“A intenção é retirar ainda hoje o combustível da embarcação, estando o caso a ser avaliado pelas autoridades marítimas e pela empresa proprietária da draga, que tem 48 horas para resolver a situação”, sublinhou Nunes Ferreira.