A líder do CDS-PP garantiu na quinta-feira que o partido está “sempre disponível” para dialogar, nomeadamente sobre a Justiça, mas que “infelizmente” vê no Governo “muito pouca vontade” para aceitar propostas que não sejam da esquerda política.

“Quero acreditar que sim, que é possível progredir em pequenos passos, mas aquilo que temos visto, infelizmente, é um parlamento e desde logo um PS, que tem neste momento nas suas mãos o Governo com o apoio das restantes esquerdas, com muito pouca vontade e muito pouca capacidade para acolher ideias que não venham da sua área política”, afirmou Assunção Cristas, quinta-feira à noite em Guimarães.

À margem de mais uma sessão da iniciativa ‘Ouvir Portugal, Reconstruir os portugueses’, esta dedicada à natalidade e demografia, a presidente do CDS-PP deu conta da abertura do partido para o diálogo.

“Com certeza que estamos sempre disponíveis para debater dialogar, para apresentar propostas nessa e noutras áreas”, respondeu Assunção Cristas, quando questionada sobre o apelo do Presidente da República para que os partidos se posicionassem quanto ao pacto de Justiça apresentado pelos parceiros judiciários.

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“O CDS tem tido sempre uma postura muito construtiva em relação a todas as matérias. Sempre temos tido a preocupação de sinalizar pontes para que possa haver diálogo e linhas comuns que achámos que são relevantes para o país”, salientou.

Como exemplo, Cristas apontou uma das propostas avançadas pelo CDS na área da Educação, salientando que o parlamento não a aceitou.

“Propusemos seis anos de estabilidade de políticas [na Educação], até dissemos que nós até podemos discordar daquilo que o Governo tem vindo a fazer na área da Educação, mas que em benefício da estabilidade até estaríamos disponíveis para cristalizar este momento”, referiu.

Quanto ao tema da sessão, Assunção Cristas referiu que deve haver também diálogo nas questões da natalidade e da demografia. “É preciso assumir este desafio como um desafio central para o país e ter políticas consistentes em várias áreas e dar-lhes estabilidade, um entendimento alargado em relação a estas matérias, assumir como uma prioridade nacional, aprovar as medidas e não andar para trás”, declarou.