O Governo está em conversações com empresas tecnológicas, além da Google, para se instalarem no país, informou esta quarta-feira o executivo, no dia em que se soube que esta multinacional norte-americana vai ter um centro de inovação em Oeiras.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta quarta-feira que a multinacional norte-americana Google vai instalar, em Oeiras, um centro de serviços, hub-tecnológico, para a Europa, Médio Oriente e África, arrancando com cerca de 500 empregos qualificados.

Em declarações à agência Lusa sobre este anúncio, o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, avançou que “sim, há conversações” com outras empresas do setor, mas escusou-se, “nesta fase”, a apontar as entidades visadas.

Este foi um processo longo [de trazer a Google para Portugal], tem mais de um ano e, tal como fizemos com a Google, o nosso trabalho coletivo (…) continua para trazermos outras empresas com o mesmo perfil para Portugal e que contribuam para melhorar a vida dos portugueses, as nossas exportações e captarmos mais investimento direto estrangeiro”, acrescentou o governante.

Falando sobre o centro de serviços da Google no país, um hub-tecnológico para a Europa, Médio Oriente e África, Eurico Brilhante Dias precisou que este é “um projeto que se iniciará em julho, estando já fechada a contratação do espaço, um espaço que andará na ordem dos sete mil metros quadrados e que arrancará, segundo informação da própria Google […], com 535 postos de trabalho”.

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Estes empregos dizem respeito à área das tecnologias de informação e de comunicação, “desde a gestão da informação às engenharias, num leque alargado de competências”, apontou.

Quanto ao espaço, localizado no concelho de Oeiras, em Lisboa, o governante indicou que “no final de fevereiro começarão os preparativos”.

“É, para Portugal, um grande feito do ponto de vista da seleção por uma grande empresa internacional”, considerou Eurico Brilhante Dias, assinalando que, segundo informações da multinacional norte-americana, “a seleção teve muito a ver com o reconhecimento de Portugal como um país das tecnologias de informação e da inovação, onde a Web Summit e todo o trabalho desenvolvido no quadro […] do ecossistema de ‘startups’ é uma mais-valia”, que permite “entrar no radar de empresas como a Google”.

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Esta aposta “vai permitir sobretudo, e isso é que me parece importante, fixar talento em Portugal, fixar trabalho qualificado em Portugal, mostrando que no país somos capazes de produzir bens e serviços altamente qualificados”, salientou.

António Costa fez este anúncio em Davos, na Suíça, no âmbito do Fórum Económico Mundial, numa conferência intitulada “Porquê Portugal, porquê agora?”, em que também estiveram presentes os ministros da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e das Finanças, Mário Centeno.

O primeiro-ministro referiu este investimento da Google na sua intervenção, que abriu a conferência e que foi dedicada a apresentar Portugal a investidores estrangeiros como um país competitivo, sobretudo em matéria de captação de ‘startup’ e investimentos tecnológicos.