Sporting e FC Porto, que discutem esta noite em Braga uma vaga na final da Taça da Liga de sábado frente ao V. Setúbal, não têm propriamente as melhores recordações da mais recente competição competição do calendário nacional, a única que nunca conseguiram vencer. Recuando a 2008, vejamos o filme desde a primeira edição:

Em 2007/08, os dragões foram afastados logo na terceira eliminatória frente ao Fátima de Rui Vitória nas grandes penalidades (4-2, após o 0-0 no tempo regulamentar), ao passo que os leões então orientados por Paulo Bento, passando também um dos “obstáculos” nos penáltis (V. Guimarães), chegaram à final mas perderam diante do V. Setúbal de Carlos Carvalhal… nas grandes penalidades (3-2, depois do nulo no final dos 90 minutos).

Em 2008/09, Sporting e FC Porto tiveram o primeiro de dois cruzamentos na Taça da Liga. Desequilibrado nos números finais (4-1 para o conjunto verde e branco, com bis de Romagnoli e Derlei) e também nas forças em campo: em vésperas de clássico com o Benfica para o Campeonato, Jesualdo Ferreira levou a Alvalade uma segunda linha de seniores que tinha ainda quatro juniores e um juvenil (outra curiosidade – Nuno Espírito Santo, ex-treinador dos dragões foi titular, Sérgio Oliveira ficou no banco). Para a história ficou outra… estória: os azuis e brancos fizeram a viagem no próprio dia e de comboio, saindo da Campanhã no Alfa das 9h47 para chegarem à Lisboa às 12h30. Com esse triunfo, os leões foram à final mas voltaram a perder nas grandes penalidades, desta feita com o Benfica, num encontro marcado pela arbitragem de Lucílio Baptista e pela medalha arremessada por Pedro Silva.

Em 2009/10, foi o FC Porto que conseguiu chegar à final (após derrotar a Académica de André Villas-Boas) frente ao Benfica, que eliminara de forma expressiva o Sporting (reduzido a dez desde os sete minutos por expulsão de João Pereira) em Alvalade por 4-1. De novo no Estádio do Algarve, e num jogo marcado pelos incidentes fora de campo, os encarnados, já comandados por Jorge Jesus, voltaram a levantar o troféu após vencerem os dragões por 3-0.

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Em 2010/11, o super FC Porto de André Villas-Boas que ganhou quase tudo o que havia para ganhar deslizou apenas na Taça da Liga, ficando pela fase de grupos penalizado pela derrota caseira com o Nacional por 2-1 (bis de Anselmo), ao passo que o Sporting, que viveu mais uma temporada turbulenta (era nesse encontro comandado por José Couceiro), caiu na meia-final na Luz com o Benfica com um 2-1 carimbado por Javi García nos descontos.

Em 2011/12, os papéis entre rivais inverteram-se: o Sporting foi afastado na fase de grupos sem qualquer vitória com Gil Vicente, Moreirense e Rio Ave, ao passo que o FC Porto chegou às meias-finais, perdendo na Luz com o Benfica por 3-2 num encontro com uma primeira parte de loucos com quatro golos (um de Maxi Pereira a abrir).

Em 2012/13, os leões ficaram de novo pelo caminho na fase de grupos com um empate frente ao Marítimo e uma derrota em Vila do Conde diante o Rio Ave, enquanto os dragões atingiram a sua segunda final na competição, perdendo em Coimbra com o Sp. Braga de José Peseiro com um golo de penálti de Alan (num lance que acabou por ditar a expulsão de Abdoulaye ainda no final da primeira parte).

Foi neste contexto em que chegámos a 2013/14, a época em que se tornou mediática a expressão “intencionalidade sem intenção de prejudicar terceiros”, como Bruno de Carvalho, presidente dos leões, tantas vezes referiu.

Por “culpa” do sétimo lugar na temporada anterior, uma das piores de sempre do clube, o Sporting não foi cabeça de série na fase de grupos e cruzou com o FC Porto numa altura em que as relações entre os dois rivais estavam cortadas e extremadas. No final do ano, o clássico acabou empatado sem golos e, com os triunfos na ronda seguinte (FC Porto por 4-0 ao Penafiel, Sporting por 3-0 com o Marítimo), tudo ficava adiado para a última jornada. Em Penafiel, com a vitória por 3-1, os leões estavam apurados; pouco depois, um penálti de Josué no Dragão adiantou os azuis e brancos nos descontos frente ao Marítimo e esse 3-2 valeu a qualificação.

Bruno de Carvalho protestou logo nesse dia, alegando que o FC Porto retardara a entrada em campo de propósito para depois “jogar” com o resultado do Sporting. Em paralelo, o clube anunciou que, caso não lhe fosse dada razão, passaria a jogar com juniores e juvenis (o que não podia ser cumprido à letra porque os regulamentos não lhe permitiam). E a Liga, numa primeira instância, até acabou por dar razão ao conjunto verde e branco. No entanto, o Conselho de Disciplina da Federação acabou por punir os dragões (que explicaram o atraso inferior a três minutos com uma questão física do médio Fernando) apenas com uma multa de 383 euros. Pouco depois, os azuis e brancos acabariam por ser eliminados no Dragão frente ao Benfica nas grandes penalidades.

Daí para cá, apenas por uma vez um destes “grandes” conseguiu atingir a meia-final, neste caso o FC Porto em 2014/15 frente ao Marítimo (derrota por 2-1); de resto, acabaram por cair sempre na fase de grupos; agora, ambos voltam à Final Four e ambos têm a esperança de poderem quebrar o jejum de troféus na Taça da Liga.