O Banco Europeu de Investimento financiou mais de 1,9 mil milhões de euros em investimentos em Portugal no ano passado, incluindo parte das obras realizadas na cidade de Lisboa, o equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) português, o 6.º país que mais beneficiou de financiamento do BEI em percentagem do PIB na União Europeia. Banco ainda não sabe do impacto da saída do Reino Unido da União Europeia na sua capacidade de financiar projetos, mas garante que atividade em Portugal não vai mudar.

“Um ano excecional para a atividade do Grupo BEI em Portugal” é como o banco caracteriza a atividade em Portugal no ano passado, onde o financiamento do BEI continuou a aumentar, com uma recomposição das áreas onde o investimento foi feito para setores mais sustentáveis, como o ambiente e a inovação.

De acordo com o vice-presidente do BEI, Ramon Escolano, o volume de investimento é particularmente significativo considerando a dimensão do país e as condições a que este é concedido, equivalentes a um empréstimo com o rating máximo.

A maior parte deste financiamento continua a ser concedido a pequenas e médias empresas (PME), que usou 1022 milhões de euros num total de 1906 milhões, dinheiro que está a ser usado em parte para capitalizar empresas familiares endividadas, sem diluição de capital para os acionistas, mas o valor tem vindo a cair, em parte porque os bancos portugueses estão agora em melhores condições para financiar estas empresas.

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No entanto, o crescimento deste financiamento está a ser mais expressivo em áreas como o ambiente e a inovação. No caso da inovação, só no último o crescimento do financiamento do Grupo BEI para esta área cresceu 81%, passando de 163 para 295 milhões de euros.

Estamos agora, como vemos no BEI, em modo de recuperação do investimento em Portugal”, disse o vice-presidente da instituição.

No entanto, o valor total de financiamento concedido pelo Grupo BEI está a diminuir. Esta queda deve-se essencialmente ao Brexit. O Reino Unido, um dos maiores acionistas do BEI, está de saída da União Europeia e por isso tem candidatado cada vez menos projetos para financiamento do BEI. Como um dos principais acionistas, a saída do Reino Unido pode também significar uma queda na capacidade de financiamento do BEI, para a qual ainda não há uma resposta oficial.

Questionado sobre o impacto da saída do Reino Unido na capacidade de financiamento do BEI, o vice-presidente da instituição sublinhou o compromisso dos líderes europeus em relação ao projeto europeu e, sem dar mais detalhes sobre o que será o futuro do banco após o Brexit, passou uma mensagem de confiança em relação à atividade em países como Portugal. “A ambição não diminuirá. (…) Não antecipo nenhuma moderação da nossa atividade em Portugal”, afirmou o responsável.