Depois de sucessivos atrasos na produção e de feedbacks não muito positivos da parte de investidores que já tiveram oportunidade de conhecer o Model 3, agora surge a indicação que as últimas datas previstas para a entrega das primeiras unidades também não serão cumpridas. E, mais grave do que isso, o alerta de que as viaturas estarão a ser equipadas, nalguns casos, com baterias defeituosas. Algo que a Tesla desmente taxativamente.

A CNBC relata que a produção de packs de baterias para o Model 3 continua sem atingir um nível de produção em massa, embora a Tesla tenha anunciado que a produção havia alcançado, nos finais de 2017, uma velocidade estabilizada na ordem das 1.000 unidades/semana. Com a questão, aqui, a colocar-se naquilo que a CNBC entende por “produção em massa”.

Na Tesla a moda é esta: não há Model 3? Então, rua

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Ainda assim, fontes do canal, antigos e actuais empregados da empresa de Elon Musk referem que muitos dos packs de baterias continuam a ser montados à mão. Apesar de reconhecerem que, “hoje em dia, a Tesla começa a diminuir, na medida do possível, o número de baterias montadas à mão na Gigafactory, o que é um bom sinal”.

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A acusação de risco de baterias defeituosas

Mais preocupante do que um potencial novo atraso na produção são as informações de desvalorização de questões relacionadas com a segurança. Nomeadamente, e segundo a CNBC, através da utilização de “trabalhadores de controlo de qualidade relativamente inexperientes, que fazem cálculos desleixados e não conseguem perceber quando têm perante si uma falha”. Levando a que exista o risco de alguns packs serem montados de forma defeituosa, o que pode dar azo a um possível incêndio.

Dois actuais engenheiros [da Tesla] disseram estarem preocupados com o facto de, nalgumas baterias aplicadas, as células de lítio não terem a distância exigida, após a montagem. Estes engenheiros avisaram que estas ‘células que se tocam’ podem levar a uma diminuição da capacidade do conjunto ou, nos casos mais graves, a incêndios”, aponta a CNBC.

Os alertas terão sido transmitidos à gestão, mas não terão sido tomados em linha de conta.

Tesla nega…

A Tesla refuta estas alegações, num comunicado em que classifica o artigo da CNBC de “extremamente desinformado e enganador”, ao mesmo tempo que garante que “a produção está a decorrer de acordo com as projecções, de forma a conseguir atingir os níveis de produção estabelecidos para o Model 3, no início deste ano”.

Quanto ao facto de “alguns elementos do processo de produção estarem a ser feitos à mão”, até se atingir a capacidade de produção plena”, a marca garante que “não tem qualquer impacto na segurança das baterias”.

Já relativamente à pouca experiência de alguns trabalhadores, a Tesla assegura que os novos contratados para a montagem dos módulos de baterias “receberam treino intensivo, incluindo de segurança, além de terem aprendido sobre a importância do espaçamento entre células, para poderem identificar quaisquer problemas na linha de produção”. Como se isso não bastasse, acrescenta, “a linha de composição de módulos é vistoriada pelo nosso maior talento em termos de engenharia, assim como por muitos dos principais responsáveis seniores”.

… e contra-ataca!

A afirmação de que a Tesla possa entregar um carro com uma bateria defeituosa é totalmente imprecisa, além de contrária a todas as evidências registadas até ao momento, assim como completamente desfasada da realidade”, atira a empresa liderada por Elon Musk.

A marca considera “irresponsável” dar crédito a tais afirmações, “com base em fontes não identificadas, anónimas, que não avançam quaisquer provas, e que, claramente, não têm um conhecimento completo e extenso dos testes a que todas as baterias Tesla são sujeitas”.

A marca norte-americana recorda ainda que já obteve “recordes em termos de segurança” com o Model X e Model S, realçando que mantém “a mesma abordagem rigorosa, em termos de qualidade e processos de controlo, no caso das baterias do Model 3”.

Quanto à possibilidade de as células se tocarem e poderem provocar, por exemplo, um incêndio, o fabricante responde que é uma afirmação “enganadora”, além de “reveladora de um profundo desconhecimento” acerca da forma como as baterias da marca funcionam. Mesmo que, “hipoteticamente, duas células com a mesma voltagem se tocassem”, explica a Tesla, “tal resultaria num rotundo zero em termos de impacto, segurança ou outros aspectos – seria como se dois pedaços de metal neutros se tocassem”.