O Presidente norte-americano propôs esta quinta-feira um plano de cidadania a 1,8 milhões de imigrantes designados ‘sonhadores’ (‘Dreamers’) em troca de restrições reforçadas na imigração legal e investimento de 25 mil milhões de dólares no muro com o México.

Dirigentes seniores da Casa Branca revelaram esta quinta-feira o enquadramento do plano de Donald Trump para a imigração, apresentando-o como um compromisso que pode passar no Senado.

A proposta representa um revés para Trump, que chegou a prometer a eliminação do programa criado durante a presidência do seu antecessor, Barack Obama, que visava proteger os imigrantes entrados no país enquanto crianças e que permaneceram ilegais. Mais tarde insistiu com os congressistas para prolongarem o programa, mas manteve que não admitia conceder a cidadania.

Na quarta-feira, Trump avançou que a cidadania seria concedida “ao longo de um período entre 10 a 12 anos”.

Mas os dirigentes da Casa Branca relativizaram que o estatuto legal poderia ser revogado em caso de comportamento criminal ou de ameaças à segurança nacional, além de que a concessão da cidadania iria implicar também requisitos não determinados nas áreas do trabalho e da educação, além de que os imigrantes teriam de ser caracterizados como tendo “um bom caráter moral”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O plano de Trump resultaria ainda na restrição da reunificação familiar, dificultando a entrada a esposas e filhos menores, ao eliminar as disposições que permitem a entrada de pais, irmãos adultos e outros no país.

Os dirigentes da Casa Branca falaram sob anonimato.

Trump tinha afastado a possibilidade de concessão da cidadania aos ‘sonhadores’, ao afirmar em setembro: “Não queremos (dar) a cidadania. Não queremos a amnistia. Estamos a ver como deixar as pessoas ficarem”.

Trump tinha admitido que um grupo bipartidário, das duas câmaras do Congresso, definisse um projeto legislativo para a imigração, dizendo que assinaria o resultado final, fosse qual fosse. Mas quando as negociações falharam, em parte devido à controvérsia que se seguiu à utilização de linguagem ordinária por Trump para classificar alguns países, a Casa Branca decidiu avançar com a sua própria proposta.