Donald Trump voltou a desvalorizar as provas que apontam para os efeitos das alterações climáticas no planeta, referindo que as calotas de gelo polares estão a “quebrar recordes”.

“Diziam que as calotas de gelo iam derreter, que por esta altura já teriam desaparecido, mas neste momento estão a quebrar recordes”, disse Donald Trump, sem citar qualquer tipo de informação ou fonte para sustentar a sua afirmação.

Sobre o Acordo de Paris, firmado em 2015 e do qual os EUA saíram em junho de 2017, Donald Trump admitiu um regresso norte-americano aquele tratado — mas com condições. “Será que quero voltar? Sim, voltaria. Eu gosto, tal como você, de Emmanuel Macron”, disse, dirigindo-se ao entrevistador, o jornalista britânico Piers Morgan. “Gostava muito [de voltar], mas teria de ser um bom acordo para os EUA.”

Na entrevista, que foi transmitida na iTV, Donald Trump respondeu a várias perguntas sobre o Reino Unido, sobre o Brexit e sobre a relação dos EUA com aquele país, que irá visitar na segunda metade de 2018, em data a agendar.

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Sobre as conversações em torno do Brexit — que Donald Trump apoia —, o presidente dos EUA disse que se teria “uma atitude diferente” caso fosse ele a negociar a saída britânica. “Teria uma postura mais dura para sair”, disse, naquilo que pode ser entendido como uma crítica à primeira-ministra britânica, Theresa May.

Donald Trump respondeu, ainda, a perguntas sobre a vez em que partilhou no Twitter três vídeos que demonstravam atos de terrorismo a serem perpetrados no Médio Oriente. A partilha dos vídeos, e da sua mensagem, causou indignação entre vários setores no Reino Unido, uma vez que os posts originais tinham sido feitos por Jayda Fransen, dirigente do partido racista e de extrema-direita Britain First.

“Eu não sabia nada sobre eles e ainda hoje não sei nada, além do pouco que li”, admitiu Donald Trump, que sublinhou várias vezes que o caso “não foi notícia nos EUA”. “Eu não sei quem eles são, não sei nada sobre eles. E eu digo muitas vezes que sou a pessoa menos racista que se pode conhecer e certamente que não estaria a apoiar ninguém. Eu não sei nada sobre eles”, insistiu.