“Não há nenhum outro candidato possível nem outra combinação aritmética possível“, afirma Carles Puigdemont num vídeo de sete minutos publicado esta terça-feira no Youtube. Referindo-se à sua investidura, Puigdemont destaca que “os 68 deputados independentes que estavam dispostos” a fazer a sua investidura como presidente “são a melhor garantia democrática para a salvação do plenário”.
Depois de permanecer em silêncio ao longo do dia — para o qual estava agendado o plenário que ia decidir a sua tomada de posse — Puigdemont divulgou, oito horas mais tarde, uma mensagem através das redes sociais.
O Parlamento da Catalunha tinha esta terça-feira de decidir se avançava com a investidura de Puigdemont, desobedecendo ao Tribunal Constitucional espanhol, ou se adiava essa cerimónia. Tal não aconteceu e Puigdemont lamentou que o plenário tenha sido adiado: “Infelizmente a sessão plenária não foi realizada, o presidente do Parlamento escolheu outro caminho e devemos respeitar sua decisão”.
A democracia implica aceitar os resultados eleitorais e o Estado não só não os aceitou como tentou mudá-los”, acusa Puigdemont.
O Tribunal Constitucional tomou uma medida cautelar que impede a investidura à distância de Puigdemont, refugiado na Bélgica e com um mandato de busca e captura em Espanha por suspeitas de ter cometido delitos de rebelião, sedição e peculato. Passaram três meses “exatos que parte do Governo da Catalunha se instalou em asilo”, relembra Carles Puigdemont no vídeo publicado.
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Ainda no vídeo, Puigdemont revelou que sentiu “muitas vozes que exigem urgentemente que acabemos com [artigo] 155” — e defendeu que a “investidura e a formação de um governo é o caminho mais rápido” para se atingir esse objetivo.