A Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) avisou esta quarta-feira que os líderes guineenses que impedem a concretização do Acordo de Conacri terão as contas bancárias bloqueadas e serão proibidos de viajar para fora do país.

As sanções entrarão já em vigor e serão efetivas, afirmou esta quinta-feira o presidente da Comissao da CEDEAO, Marcel de Souza, aos jornalistas no final de uma visita ao país onde apelou ao consenso entre os atores políticos, no quadro do Acordo de Conacri, um roteiro para a normalização institucional da Guiné-Bissau.

A missão, liderada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Togo, Robert Dussey, concluiu que não houve avanços na implementação do Acordo de Conacri, já que não foi nomeada uma figura de consenso para primeiro-ministro, pelo que a CEDEAO irá aplicar sanções às entidades e instituição que dificultam o entendimento.

O presidente da comissão da CEDEAO, Marcel de Souza explicou que as sanções são aquelas previstas no texto do acordo, nomeadamente a proibição de viajar para o estrangeiro, o bloqueio de contas bancárias e ainda a expulsão daqueles que se encontrarem no estrangeiro.

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“A lista [dos visados] será apresentada brevemente, mas as sanções contarão a partir de hoje”, observou o Marcel de Souza, acrescentando que os castigos não abrangem apenas os signatários do Acordo de Conacri.

Assinaram o referido documento, em outubro de 2016, os cinco partidos com assento parlamentar, o líder do parlamento e o governo.

O presidente da comissão da CEDEAO esclareceu que outras entidades também poderão ser sancionadas.

“Todos aqueles que estão a bloquear, de uma maneira ou de outra, a aplicação do Acordo de Conacri, serão sancionados”, sublinhou.

A acontecer será a segunda vaga de sanções internacionais contra responsáveis guineenses.

Desde 2012 que estão sob sanções internacionais, seis oficiais superiores das Forças Armadas, implicados no golpe de Estado ocorrido naquele ano e que destituiu as autoridades eleitas.