O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que visita a Itália na segunda-feira, rejeitou qualquer outra opção que não a adesão à União Europeia (UE), depois de França ter proposto que a Turquia seja um simples “parceiro” da UE. A posição de Erdogan consta de uma entrevista do presidente turco publicada este domingo no jornal italiano Stampa.

Erdogan defendeu que a União Europeia deve “manter as promessas feitas” à Turquia quanto à adesão, em vésperas de iniciar uma visita de 24 horas a Itália onde terá encontros com o papa Francisco, com o presidente e chefe do Governo transalpino e com importantes empresários italianos.

“A UE bloqueou as negociações sobre a adesão e transmite a ideia que o impasse nas negociações é por nossa causa. É uma injustiça, assim como é o facto de certos países da UE avançarem com outras propostas alternativas à adesão”, criticou Erdogan.

No início de janeiro, o presidente francês, Emmanuel Macron, propôs ao chefe de Estado turco uma “parceria” com a União Europeia, em vez da adesão. “Nós desejamos uma plena adesão à UE. As outras opções não nos satisfazem”, insistiu Erdogan.

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O chefe de Estado turco sublinhou ainda o papel crucial que a Turquia desempenha na questão da migração, observando que o seu país é fundamental para travar a avalanche de imigrantes que de Oriente se dirigem para a Europa. Em conexão com o problema da migração, salientou a importância da Turquia em garantir a “estabilidade e a segurança da Europa”.

Erdogan apontou igualmente os esforços da Turquia em combater as organizações terroristas como o PKK, YPG e Estado Islâmico.

O exército turco e os seus aliados sírios lançaram a 20 de janeiro a operação “Ramo de Oliveira” visando expulsar do enclave sírio de Afrinei os elementos do YPG, acusados por Ancara de serem o ramo na Síria do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização classificada como terrorista pela Turquia.

“As forças armadas turcas não estão em ASfrine para combater os grupos curdos armados. Nós não tempos problemas com os curdos sírios. Nós combatemos apenas os terroristas e temos esse direito”, justificou Erdogan, negando que a Turquia pretenda obter ganhos territoriais na Síria.

No encontro previsto com o Papa Francisco, Erdogan, de 59 anos, deverá agradecer ao santo padre por contestar a decisão do presidente norte-americano Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

“Nós dois somos pela defesa do `status quo´ e temos vontade de o proteger. Nenhuma nação tem o direito de tomar decisões unilaterais e de ignorar a lei internacional sobre uma questão que interessa a muitos milhares de pessoas”, disse Erdogan, que recebeu o papa Francisco na Turquia em 2014.

De acordo com o Presidente turco, se se pretende a paz entre israelitas e palestinianos a única solução é haver dois Estados”, pelo que é urgente que a Itália reconheça a Palestina.