O chefe do Estado-Maior israelita advertiu o Governo para a crescente possibilidade de uma nova guerra em Gaza contra o movimento radical islâmico palestiniano Hamas, que partilha dessa opinião, informou este domingo a imprensa local.

O Canal 10 da televisão israelita noticiou que Gadi Eisenkot alertou o executivo, na sua reunião semanal, esta manhã, para a deterioração da situação em Gaza e da possibilidade de que derive em novos confrontos naquele enclave palestiniano dominado pelo Hamas.

Eisenkot destacou a falta de luz, água potável e comida na Faixa de Gaza e sublinhou que a crise elétrica é o mais problemático, devido à necessidade de aquecimento durante o inverno.

Nas últimas semanas, três hospitais e dez centros médicos em Gaza deixaram de receber pacientes devido à falta de eletricidade, segundo o Ministério da Saúde palestiniano.

Por outro lado, a publicação árabe com sede em Londres Al Hayat assegurou hoje, citando fontes de várias fações palestinianas, incluindo o líder do Hamas em Gaza, Yahia Sinwar, que a região se prepara para uma guerra iminente com Israel, que poderia mesmo ocorrer nos próximos dias.

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Segundo a informação do diário, Hamas e outras fações acreditam que há “uns 95% de probabilidade” de um novo conflito bélico, como os que ocorreram em 2008, 2012 e 2014.

O diário israelita Haaretz, no entanto, considerou que os alertas sobre um iminente conflito armado nos próximos dias “são exagerados e fazem parte da intenção do Hamas para atrair a atenção internacional sobre a grave crise humanitária na Faixa e a falta de progresso na reconciliação” com o movimento nacionalista Fatah — partido que domina a Autoridade Palestiniana.

O jornal assinala que a crença generalizada é que Israel não iniciará uma guerra contra o Hamas sem uma verdadeira escalada, como uma intensificação do lançamento de projéteis contra as comunidades israelitas próximas da fronteira, algo que até ao momento não se verificou, apesar de se registarem alguns lançamentos ocasionais, perpetrados por grupos armados menores e não pelo Hamas.