A Alpine é um construtor com história. Com o A110 original, venceu aquele que é considerado o primeiro campeonato do mundo de ralis, em 1973, batendo os rivais com um veículo menos potente e mais simples, mas consideravelmente mais leve. A marca volta agora ao activo com a segunda geração do A110, que continua muito ligeira e eficaz e, se bem que não tenha ainda chegado aos adeptos de alguns mercados, como o português, já começou a ser testada e analisada pela imprensa europeia. Mas nem tudo correu bem.

Uma das primeiras unidades do novo desportivo, com carroçaria em alumínio para reduzir o peso e motor central para maximizar o equilíbrio da distribuição de massas pelos dois eixos foi cedida para ensaio ao programa da TV britânica Top Gear. Com Chris Harris ao volante e Eddie Jordan – ex-piloto, ex-dono da equipa de F1 e actual apresentador de programas de televisão – no lugar do co-piloto, a equipa do Top Gear decidiu colocar o A110 à prova nas classificativas utilizadas dias antes no Rali de Monte Carlo, mais especificamente a La Cabanette-Col de Braus, o 17º e último troço cronometrado na prova monegasca que abriu o WRC de este ano.

De repente, uma luz avisadora surgiu no painel de instrumentos, avisando para uma anomalia grave no motor, o que o levou a abrir as portas, detectar a presença de chamas e abandonar o carro rapidamente, segunda afirmações de Harris. Jordan também disse de sua justiça, recordando que “fazer uma classificativa do Monte Carlo era um sonho que perseguia há muito. O carro revelou-se surpreendente, muito ágil, dançando ao longo da estrada de montanha, com o Chris a conduzi-lo de forma perfeita”. Para depois concluir: “foi uma pena não conseguirmos concluir o teste, mas estas coisas acontecem”. E, infelizmente, acontecem mesmo, pois basta uma breve pesquisa no Google para recordarmos que veículos deste tipo tendem a pegar fogo pelos mais variados motivos, muitos deles quando nem sequer estão a ser “puxados” a fundo ou até a andar. Ora dê uma espreitadela pela galeria, se não acredita que a Alpine já está ao nível dos seus mais reputados rivais, ainda que não necessariamente pelos melhores motivos.

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Os responsáveis pelo construtor francês do Grupo Renault recolheram os destroços do A110, que passou de automóvel a um monte de metal derretido em quatro minutos, e estão agora à procura das causas do incêndio. Mas, pelo sim pelo não, ficaram suspensos os empréstimos de unidades pré-série para testes, uma vez que os novos modelos de produção corrente, que já estão a sair da fábrica de Dieppe, vão todos para os clientes que os aguardam. E já sinalizaram.

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