O Comité de Políticas Económicas (Copom), órgão ligado ao Banco Central do Brasil, decidiu esta quarta-feira por unanimidade reduzir os juros básicos de 7% para 6,75%, a taxa mais baixa desde que há registos.

Embora na comparação com outros países a percentagem da taxa básica de juros brasileira ainda seja alta, é a mais baixa registada desde o início da série histórica do Banco Central, que começou em 1986. Segundo o órgão, a medida reflete a queda da inflação e uma recuperação consistente da economia brasileira.

“O Comité julga que o cenário básico para a inflação tem evoluído, em boa medida, conforme o esperado. O comportamento da inflação permanece favorável, com diversas medidas de inflação subjacente em níveis confortáveis ou baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo económico e à política monetária”, destacou o órgão num comunicado emitido logo após o corte da taxa de juros.

A análise do Copom está balizada nas expectativas de agentes do mercado sobre a inflação no Brasil para 2018 apuradas semanalmente na pesquisa Focus do Banco Central, que atualmente se encontram à volta dos 3,9%. As projeções para 2019 e 2020 estão em 4,25% e 4%, respetivamente.

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Após o corte anunciado neste dia, a taxa de juros deve permanecer estável até ao início de 2019, de acordo com economistas do setor privado consultados semanalmente pelo emissor brasileiro.

A redução das taxas de juros visa estimular o consumo com crédito mais barato no país de molde a reativar a economia após dois anos de recessão profunda, entre 2015 e 2016, e uma recuperação tímida em 2017.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuou 3,5% em 2015 e 3,6% em 2016, o que levou a registar dois resultados negativos pela primeira vez desde a década de 1930.

Os economistas estimam que a recessão chegou ao fim em 2017, quando a economia cresceu perto de 1%, e essa recuperação deverá continuar em 2018, em que projetam uma expansão de 2,7% do PIB brasileiro.