“Não vamos permitir que a propaganda da Coreia do Norte se apodere da mensagem e da imagem dos Jogos Olímpicos”, disse Mike Pence, vice-presidente dos Estados Unidos que lidera a comitiva norte-americana, ao acusar o regime norte-coreano de usar o evento desportivo para os seus próprios fins. Propaganda ou não, a verdade é uma: dos 280 norte-coreanos que viajaram até à Coreia do Sul para os Jogos Olímpicos de Inverno, 229 fazem parte da claque. Dos restantes, 26 são atletas de taekwondo, 21 são jornalistas e quatro são membros da comitiva — que inclui o ministro do Desporto, Kim Il-guk.

Atravessaram a fronteira às 9h31 de quarta-feira, de autocarro, relata o The Korean Times. Numa paragem para descansar, durante a viagem até Pyeongchang, as 229 meninas da claque saíram do autocarro, sorridentes e todas vestidas de igual: um gorro de pêlo, luvas pretas, um casaco vermelho e botas pretas.  “Olá, olá”, diziam aos jornalistas, durante a chegada. Uma delas, quando questionada sobre o que é que tinham preparado, respondeu: “Vão ver. Não seria divertido se eu dissesse tudo aqui”.

[Veja neste vídeo a chegada das cheerleaders e a primeira atuação na Vila Olímpica]

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Na quinta-feira, já chegadas à vila olímpica, as raparigas da claque fizeram a primeira performance. Vestidas de uniformes vermelhos e amarelos, marcharam em frente a alguns atletas, enquanto tocavam instrumentos.

Apelidada de “exército de beleza”, a claque é constituída exclusivamente por mulheres, de cerca de “20 e tal anos” e são “escolhidas com base na sua aparência e ideologias”, ou seja, são bonitas e todas devotas ao regime norte-coreano, explicou Kim Gyeong-sung, representante da Inter-Korean Athletic Exchange Association. O historial de família e as aptidões pessoais também são tidas em consideração. Uma das escolhidas, para a claques de 2005, foi Ri Sol-Ju, com quem o líder norte-coreano, Kim Jong-un, acabou por casar.

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