O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, garantiu esta sexta-feira que os valores de oxigénio dissolvido na água do Tejo já cumprem as exigências regulamentares, após o episódio de poluição junto ao açude de Abrantes, a 24 de janeiro.

“A evolução tem sido muito positiva, ainda não chegámos onde queremos”, disse o ministro aos jornalistas, em Viseu, no final da conferência “Cuidar da gestão da água”, promovida pelo Jornal do Centro. O governante lembrou que, a 24 de janeiro deste ano, se registava “um valor de oxigénio dissolvido baixíssimo, de 1,1 miligramas por litro”.

“Neste momento, em nenhum ponto de amostragem do Tejo, de todos os que temos, existem valores que sejam inferiores a seis. Isto é todos cumprem exigências regulamentares que obrigavam ao mínimo de cinco miligramas por litro”, frisou.

No entanto, o ministro explicou que, nesta altura, comparativamente ao ano passado e há dois anos, “o oxigénio dissolvido já deveria estar na ordem dos nove miligramas por litro”.

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Segundo João Matos Fernandes, “a espuma que apareceu no açude de Abrantes foi persistente durante alguns dias, foram algumas centenas de metros cúbicos de espuma” retiradas, mas, “felizmente, neste momento, não há espuma no Tejo provocada por nenhum fenómeno de poluição”.

“Desde há três ou quatro dias não tem havido espuma e, portanto, não tem havido necessidade de fazer essa recolha”, acrescentou.

Questionado sobre o facto de o Ministério Público ter notificado a Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território de que os elementos recolhidos no âmbito do inquérito sobre a poluição no Tejo estão em Segredo de Justiça, o ministro disse ser o “comum em qualquer inquérito crime”, frisando que “Isso não altera em nada aquilo que é a ação do Ministério do Ambiente”.

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O governante referiu que o objetivo não é acusar, mas sim garantir “que os sintomas evidentes de poluição desaparecessem do Tejo”, o que já foi conseguido, apesar de se manter o alerta, “remover todos os sedimentos que estão no fundo da barragem do Fratel” e “encontrar novas licenças para que haja um equilíbrio entre a capacidade produtiva destas indústrias e a capacidade que o meio tem de natural depuração”.

João Matos Fernandes disse ainda que o ministério está “a culminar a forma” como a limpeza do Tejo vai ser feita, porque se trata de “uma grande quantidade de matéria orgânica” e há que ter “todos os cuidados ambientais”.

“Durante a próxima semana estarei em condições de poder dizer quanto é que ela vai custar. Quem a vai financiar é o fundo ambiental”, acrescentou.