O juiz Carlos Alexandre disponibilizou-se para ser testemunha de defesa do ambientalista Arlindo Marques, conhecido como o “guardião do Tejo”. A empresa de celulose Celtejo, acusada de fazer as descargas que poluem o rio, processou o ambientalista, a quem exige uma indemnização no valor de 250 mil euros. Agora, Carlos Alexandre sai em defesa do ambientalista e, em declarações ao jornal regional mediotejo.net, assume: “Disponibilizei-me e vou servir de testemunha do Arlindo Marques no processo porque sou de Mação, porque conheço bem o rio e os seus problemas com a poluição (…) e por estar solidário com o exercício de cidadania de Arlindo Marques.”

Ao mesmo jornal, Carlos Alexandre lembra que viveu em Mação até aos 18 anos e que, em 1983, quando estava no 5.º ano da faculdade, foi carteiro em Ortiga. Nessa altura bateu  “à porta daquela gente toda” e é por isso que conhece “bem o rio e as gentes ribeirinhas, os problemas de poluição e a importância dos seus impactos no Tejo e de quem fazia e quer fazer vida dele”.

Carlos Alexandre, conhecido por ser o juiz de processos mediáticos como o que decorreu da Operação Marquês ou do caso GES, aceita agora ser testemunha, naquilo que diz ser um exercício de cidadania. Nas mesmas declarações, o juiz alerta também para o problema dos incêndios:

“Em Mação temos duas frentes que nos dão muitas dores de cabeça (…) Por terra, é o problema dos incêndios; por água, é o problema do rio e da poluição. Nota-se a olhos vistos a deterioração das águas do Tejo, a jusante de Vila Velha de Rodão, e vou dar testemunho disso mesmo em tribunal, na defesa do Arlindo, porque a ele me associo e ao trabalho de cidadania que tem desenvolvido.”

A empresa Celtejo instaurou em dezembro um processo ao ambientalista do movimento proTEJO, por “afirmações que têm por objectivo gerar na opinião pública a ideia de que a autora [do processo] é responsável, ou co-responsável, pela alegada poluição do rio Tejo”. No processo, a Celtejo reclama 250 mil euros a Arlindo Marques, acrescidos de juros de mora até integral pagamento para “compensar a autora pelos danos sofridos por causa da ofensa cometida”.

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Arlindo Marques diz ao mediotejo.net que escreveu duas cartas a Marcelo Rebelo de Sousa e que o Presidente até já lhe respondeu:

“Eu aceito a sua resposta mas só falta ele vir cá dar uma palavra a estes pescadores e a esta gente que sofre com este problema. Eu gostava, e acho que era muito importante, que o Presidente da República tivesse uma palavra a dizer sobre tudo isto.”