A Colômbia, a Venezuela e o Brasil enviaram esta segunda-feira tropas para as fronteiras comuns, para cumprir funções segurança fronteiriça, por onde os venezuelanos têm saído para tentar escapar da crise político-económica que afeta o seu país.

Na Venezuela, o comando militar da Região Estratégica de Defesa Integral do Leste confirmou, através da rede social Twitter, que foram enviados 111 militares do Exército desde o Estado de Monágas (oeste de Caracas), para o Estado de Táchira (sudoeste do país), que partilha fronteira com a Colômbia.

O envio foi feito ao abrigo da Operação Sentinela 2017 como parte, segundo o diário venezuelano El Nacional, do Plano Centauro Negro, que contempla as ações de defesa a uma incursão militar estrangeira.

O envio de militares tem lugar depois de o procurador-geral designado pela Assembleia Constituinte, Tareck William Saab acusar, publicamente, a Colômbia de estar a preparar uma ação para invadir e bombardear a Venezuela.

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Por outro lado, a Colômbia reforçou, desde a semana passada, a segurança nos 2.400 quilómetros quadrados que partilha com a Venezuela depois de anunciar restrições à entrada de venezuelanos, agora obrigados a apresentar um passaporte válido para poder entrar em território colombiano.

Segundo a imprensa colombiana, atualmente está em curso uma “greve armada” do Exército de Libertação Nacional da Colômbia (ELN), na sequência da suspensão das conversações de paz nesse país.

Segundo o comandante da Polícia Metropolitana de Cúcuta (Colômbia), Javier Barrera, estão a ser feitas ações de patrulhamento, diurno e noturno, junto de passagens ilegais entre a Colômbia e a Venezuela, para evitar que sejam usadas pelo ELN para fugir aos controlos das autoridades.

“Sobre a ponte (Simón Bolívar, que une a localidade venezuelana de Táchira com a colombiana Cúcuta) há uma ação de segurança reforçada com os Serviços de Migração da Colômbia. Está a exigir-se passaporte, bilhete de identidade venezuelano e o Cartão de Mobilidade Fronteiriça”, disse aos jornalistas, precisando que as autoridades confirmaram combustível, carne e até uma viatura, em passagens ilegais.

Por outro lado, o ministro da Defesa do Brasil, Raul Jungmann, anunciou que foi reforçado o número de militares nos 2.199 quilómetros de fronteira com a Venezuela, uma medida que visa fazer face à chegada intensiva de imigrantes venezuelanos ao Estado brasileiro de Roraima (norte).

O anúncio teve lugar na cidade brasileira de Boa Vista, capital de Roraima, durante um encontro com o Presidente brasileiro Michel Temer.

Segundo dados não oficiais, pelo menos 600 mil venezuelanos emigraram recentemente para a Colômbia e outros 40 mil para o Brasil.