“Digam aos soldados que há uma nova ordem: ‘Não te mataremos, iremos disparar-te na vagina'”, disse Duterte numa reunião com ex-militantes do Novo Exército do Povo (NEP), um grupo comunista considerado “terrorista” pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Duterte referia-se às guerrilheiras do Novo Exército do Povo, ativo no arquipélago.

O chefe de Estado filipino referiu-se às militantes do NEP no passado dia 7 de fevereiro, mas a transcrição oficial da reunião só foi conhecida esta segunda-feira.

Na mesma reunião Duterte acrescentou que as militantes do NEP “sem vagina, seriam inúteis”, um comentário qualificado de “misógino” pela Human Rights Watch e várias organizações não-governamentais filipinas.

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Duterte “está a incitar as forças governamentais a cometer atos de violência sexual em conflitos armados, o que constitui uma violação do direito humanitário internacional”, disse também a Human Rigths Watch.

A organização feminista filipina “Gabriela” disse através de um comunicado que Duterte “fomenta abertamente a violência contra as mulheres, contribui para a impunidade e assume-se como o ‘macho fascista’ mais perigoso do governo, neste momento”.

O presidente das filipinas, de 72 anos, já fez no passado vários comentários públicos considerados sexistas, misóginos e depreciativos em relação às mulheres.

Em junho de 2016, antes de assumir o cargo de chefe de Estado, Duterte foi fortemente criticado por ter contado uma “anedota” sobre uma freira australiana violada e assassinada num motim prisional e, mais recentemente, afirmou que “está disposto a oferecer 42 virgens” a cada turista que visitar as Filipinas.