Isabel dos Santos, filha do ex-presidente de Angola, garante que a Sonangol recebeu os dividendos a que tinha direito enquanto acionista da Galp. Numa curta nota no Twitter, a empresária contraria a versão apresentada pela petrolífera angolana que diz não ter registo de dividendos da Galp — a empresa portuguesa na qual a empresária e a Sonangol controlam, indiretamente, uma participação através da holding Esperaza — entre 2012 e 2016.

É apenas uma declaração, mas que choca com a versão que a Sonangol tinha apresentado ao semanário Expresso no final da semana passada. No Twitter, a ex-presidente da petrolífera estatal escreveu esta segunda-feira que a empresa que dirigiu até dezembro do ano passado “recebeu os dividendos da Galp e pagou os impostos referentes aos mesmos dividendos às autoridades holandesas”.

A mensagem vem a propósito da notícia publicada na última edição do semanário Expresso, onde se questionava “onde param os 438 milhões de euros da Galp entregues à angolana Esperaza?” Em causa estão os dividendos a que a petrolífera teria direito enquanto detentora de 33,34% da Galp, através da Amorim Energia. A Amorim Energia é detida em 55% pela família Amorim e em 45% pela Esperaza — por sua vez, a Esperaza é detida em 40% por Isabel dos Santos e em 60% pela Sonangol.

Ao Expresso, Isabel dos Santos tinha negado a entrega de quaisquer verbas por parte da Galp. A empresária escreve agora no seu Twitter que, ao contrário do que alega a atual administração, a petrolífera angolana “recebeu os dividendos da Galp”. Mais, a filha do ex-presidente diz que a Sonangol “pagou os impostos referentes aos mesmos dividendos às autoridades holandesas”.

Não foi essa, no entanto, a versão apresentada pela petrolífera do Estado angolano ao Expresso. Aliás, fonte da presidência de Angola disse ao semanário que, “depois do que aconteceu no setor mineiro com a Sodiam, chegou agora a vez de a Sonangol envolver-se numa batalha para reaver os seus direitos”, numa referência aos dividendos que a Galp garante ter entregue à Esperaza, mas de cuja entrada não há registo nos documentos da petrolífera. A mesma fonte do Governo angolano dizia que o embate jurídico entre a Sonangol e a filha de Eduardo dos Santos é “uma situação que não vai deixar tranquilo o antigo Presidente”.

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