“The Caesars”: é assim que se vai chamar a série que irá juntar o criador de “Vikings”, Michael Hirst, a um dos mais prestigiados realizadores de Hollywood, Martin Scorsese. Centrada nos primórdios do império romano e na subida ao poder do seu grande impulsionador, Júlio César, “The Caesars” deverá começar a ser filmada em 2019 e já tem um episódio piloto escrito, assim como um esboço para toda a primeira temporada, noticia o The Guardian.

[teaser de Vikings, série de Michael Hirst:]

O jornal inglês cita ainda as primeiras revelações de Michael Hirst sobre o projeto. O também criador de “Os Tudors” garante que Scorsese, realizador de filmes como “Taxi Driver”, “Tudo Bons Rapazes” e “The Departed – Entre Inimigos”, é “totalmente apaixonado pelos romanos” e tem tentado “desesperadamente” fazer um filme ou uma série sobre este antigo império. A série deverá começar a ser rodada em Itália no próximo ano e pretende mostrar uma faceta menos mediática de Júlio César.

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Nos filmes que o retratam, normalmente o Júlio César é um homem de meia idade e com complexos políticos. Porém, ele era tremendamente interessante e ambicioso quando era mais novo. Muitos Césares chegaram ao poder ainda novos e nunca vimos isso retratado no ecrã: a energia, a vitalidade e os excessos de uma cultura jovem liderada por gente jovem. Há algo de impressionante na maneira como num período tão curto de tempo um pequeno reino cresceu a ponto de dominar o mundo. É algo que não poderia ter sido levado a cabo por políticos cansados e mais velhos e por guerreiros que estivessem quase a sair de cena”, explicou Michael Hirst.

Não existe ainda confirmação de quantas temporadas a série poderá vir a ter — o objetivo, adianta o jornal inglês, é que “tenha várias” — ou que atores serão escolhidos para integrar “The Ceasars”. Michael Hirst, contudo, avançou que serão escolhidos “muitos atores jovens” e afirmou que só a participação de Scorsese já eleva a qualidade do elenco, porque “os atores querem trabalhar com ele”.

[Vynil foi a última série em que Martin Scorsese trabalhou. Pode ver aqui o teaser do canal português que a transmitiu:]

O argumentista e produtor inglês acrescentou que um dos segredos do sucesso de séries como “Os Tudors” e “Vikings” é a forma como transportam épocas passadas para o presente de forma estimulante, levando a que “os espectadores de hoje sintam que [esses períodos] ressoam e são relevantes” e lembrou ainda que mesmo as séries de época não têm de estar presas aos factos históricos:

As peças históricas de Shakespeare também só partem de factos — a partir daí a narrativa assume o seu lugar”. Sobre a Roma antiga, apontou: “Há uma quantidade maravilhosa de informação mas mesmo os relatos de época não são totalmente fiéis. Se eu e outra pessoa virmos o mesmo evento, vamos relatá-los de maneiras diferentes. Todos os relatos são parciais, não existe uma História pura.”

Com um longo currículo no cinema, Martin Scorsese já havia trabalhado em televisão e dirigido episódios esporádicos de séries como “Contos Assombrosos” (1985-1987), “The Blues” (2003), “American Masters” (série biográfica que começou em 1985 e ainda não terminou), “Boardwalk Empire” (2010-2014 e de que foi produtor executivo) e “Vinyl” (2016). O realizador de “O Touro Enraivecido” foi inclusivamente um dos criadores da última.