A atriz Minnie Driver abandonou o cargo de embaixadora da Oxfam, a primeira celebridade a fazê-lo, depois do escândalo sexual que envolve a organização ter sido revelado ao pormenor pelo jornal The Times. A organização não-governamental admitiu que alguns dos funcionários contrataram prostitutas — algumas possivelmente menores de idade, como escreveu o Observador — no Haiti, depois do terramoto que abalou o país em 2011.

A atriz, hoje com 48 anos, cortou ligações com a Oxfam, que já apoiava há mais de 20, escrevendo no Twitter que está “devastada” com as revelações feitas: “Devastada pelas mulheres que foram usadas pelas pessoas que foram enviadas para as ajudar [e] devastada pela resposta” da organização.

A atriz já participou em eventos de angariação de fundos para a Oxfam em Los Angeles e em Nova Iorque, e viajou para a Tailândia e Cambodja sob a campanha “Make Trade Fair”, de acordo com o jornal The Guardian. A ex-embaixadora da organização explicou a sua decisão, dizendo que está “nada mais que horrorizada” devido às alegações.

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Driver assegura, nas suas declarações, que não vai deixar que “erros abomináveis” da Oxfam façam com que ela “ou a qualquer outra pessoa parem de trabalhar com boas pessoas neste espaço de apoio a populações de seres humanos em todo o mundo que precisam da nossa ajuda”. A organização respondeu às declarações de Driver, escrevendo que a atriz foi uma “apoiante devota por vários anos” e que está grata pelo seu compromisso para terminar com a pobreza global.

A sua decisão de se retirar como embaixadora da Oxfam deixa-nos profundamente tristes, mas também percebemos e respeitamos a sua escolha. Como organização, estamos envergonhados pelas ações de alguns dos nossos funcionários e estamos agora mais empenhados que nunca em aprender com os nossos erros e garantir que respeitamos os mais altos padrões de salvaguarda no nosso trabalho em todo o mundo”, disse a organização.

Esta quarta-feira, representantes das organizações de ajuda internacional e ministros de mais de 20 países vão estar presentes na Agenda 2030 for Children: End Violence Solutions Summit (qualquer coisa como Cimeira das Soluções para a Violência contra as Crianças: Agenda 2030, em português), onde Penny Mordaunt, ministra da Cooperação Internacional britânica, deverá falar sobre o escândalo sexual que envolve a Oxfam.

Mordaunt dirá que “a exploração sexual de pessoas vulneráveis, crianças vulneráveis, nunca é aceitável”, mas que quando é perpetuada por pessoas que “estão em posições de poder” e em quem “confiamos” é “desgostoso”. A ministra dirá também, segundo o jornal britânico, que “a não ser que reportem todos os incidentes sérios ou alegações, por mais que a vossa reputação seja prejudicada — não poderemos ser parceiros”.

Na sequência do escândalo, já vários funcionários da Oxfam se despediram, incluindo a vice-CEO, Penny Lawrance, e o governo britânico ameaçou retirar os apoios públicos à organização.

Dirigente da Oxfam demite-se na sequência de escândalo de prostituição

Reino Unido. Depois do escândalo da Oxfam, governo ameaça cortar apoios