A atriz Minnie Driver abandonou o cargo de embaixadora da Oxfam, a primeira celebridade a fazê-lo, depois do escândalo sexual que envolve a organização ter sido revelado ao pormenor pelo jornal The Times. A organização não-governamental admitiu que alguns dos funcionários contrataram prostitutas — algumas possivelmente menores de idade, como escreveu o Observador — no Haiti, depois do terramoto que abalou o país em 2011.
A atriz, hoje com 48 anos, cortou ligações com a Oxfam, que já apoiava há mais de 20, escrevendo no Twitter que está “devastada” com as revelações feitas: “Devastada pelas mulheres que foram usadas pelas pessoas que foram enviadas para as ajudar [e] devastada pela resposta” da organização.
All I can tell you about this awful revelation about Oxfam is that I am devastated.Devastated for the women who were used by people sent there to help them, devastated by the response of an organization that I have been raising awareness for since I was 9 years old #oxfamscandal
— Minnie Driver (@driverminnie) February 13, 2018
A atriz já participou em eventos de angariação de fundos para a Oxfam em Los Angeles e em Nova Iorque, e viajou para a Tailândia e Cambodja sob a campanha “Make Trade Fair”, de acordo com o jornal The Guardian. A ex-embaixadora da organização explicou a sua decisão, dizendo que está “nada mais que horrorizada” devido às alegações.
Driver assegura, nas suas declarações, que não vai deixar que “erros abomináveis” da Oxfam façam com que ela “ou a qualquer outra pessoa parem de trabalhar com boas pessoas neste espaço de apoio a populações de seres humanos em todo o mundo que precisam da nossa ajuda”. A organização respondeu às declarações de Driver, escrevendo que a atriz foi uma “apoiante devota por vários anos” e que está grata pelo seu compromisso para terminar com a pobreza global.
A sua decisão de se retirar como embaixadora da Oxfam deixa-nos profundamente tristes, mas também percebemos e respeitamos a sua escolha. Como organização, estamos envergonhados pelas ações de alguns dos nossos funcionários e estamos agora mais empenhados que nunca em aprender com os nossos erros e garantir que respeitamos os mais altos padrões de salvaguarda no nosso trabalho em todo o mundo”, disse a organização.
Esta quarta-feira, representantes das organizações de ajuda internacional e ministros de mais de 20 países vão estar presentes na Agenda 2030 for Children: End Violence Solutions Summit (qualquer coisa como Cimeira das Soluções para a Violência contra as Crianças: Agenda 2030, em português), onde Penny Mordaunt, ministra da Cooperação Internacional britânica, deverá falar sobre o escândalo sexual que envolve a Oxfam.
Mordaunt dirá que “a exploração sexual de pessoas vulneráveis, crianças vulneráveis, nunca é aceitável”, mas que quando é perpetuada por pessoas que “estão em posições de poder” e em quem “confiamos” é “desgostoso”. A ministra dirá também, segundo o jornal britânico, que “a não ser que reportem todos os incidentes sérios ou alegações, por mais que a vossa reputação seja prejudicada — não poderemos ser parceiros”.
Na sequência do escândalo, já vários funcionários da Oxfam se despediram, incluindo a vice-CEO, Penny Lawrance, e o governo britânico ameaçou retirar os apoios públicos à organização.
Dirigente da Oxfam demite-se na sequência de escândalo de prostituição
Reino Unido. Depois do escândalo da Oxfam, governo ameaça cortar apoios