As missões que assumiu foram duas, procurar consensos nos partidos e unir (ou “pacificar”) com afetos um “país partido ao meio”. A julgar por um estudo da Católica-Lisbon revelado esta sexta-feira (com uma amostra de mil pessoas), Marcelo Rebelo de Sousa pode sorrir com o desempenho: a confiança dos portugueses no Presidente da República cresceu em média 46,1% entre a sua tomada de posse e novembro de 2017, altura em que os últimos dados foram recolhidos.

A Presidência é, assim, a instituição em que os portugueses mais parecem confiar agora (ou, pelo menos, até há três meses). No pólo oposto estão os bancos, que ainda assim têm vivido um período de acalmia desde que o Banif soçobrou em 2015.

Os índices de confiança avaliados pela Universidade Católica Portuguesa demonstram os efeitos de um interregno nas “resoluções”: apesar de o ceticismo se manter e o sistema financeiro continuar como uma das áreas que suscitam menos confiança aos portugueses, houve um acréscimo de 11,8% na fé dos inquiridos na banca, entre março de 2016 e novembro de 2017, o período em que o estudo decorreu. As forças armadas, com um decréscimo de confiança de 4% (quiçá motivado pelo caso do assalto em Tancos) e em especial a igreja e religiões organizadas (-4,6%) são os outros grupos em que os portugueses menos confiam.

Quanto ao Governo, há boas e más notícias para o executivo de António Costa. Por um lado, a confiança na capacidade de resolução dos problemas nacionais e internacionais do Governo é respetivamente de 4,82 e 5,03, numa escala de um a dez. A satisfação quanto à forma como o país foi governado no período em causa (até novembro do ano passado) é, aliás, elucidativa da pouca confiança dos portugueses na política: apesar de ter aumentado 30,3% desde Novembro de 2016, é apenas moderada (5,04, de um a dez).

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Há, ainda assim, algum otimismo para o futuro: o nível de confiança dos portugueses na melhoria da forma como Portugal será governado nos próximos dez anos é de 5,36 e cresceu 17,5% no período já mencionado.

A gestão da segurança alimentar (5,46), de parques nacionais e espaços abertos (5,19) e da segurança nacional (5,19) por parte do Governo levam nota de aprovação mas a confiança quanto à capacidade do Executivo resolver problemas relacionados com fenómenos naturais (3,79) — diminuiu 23,9%, possivelmente face às catástrofes recentes de incêndios — e com pobreza (3,84) é diminuta.

O desempenho do Governo na economia é que leva uma nota muito mais positiva: os valores médios de satisfação cresceram 35,1% com a criação de emprego, 32,6% com as finanças nacionais e 28,2% com o desenvolvimento económico.