O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, será recebido na Casa Branca, em Washington, a 5 de março, afirmou esta sexta-feira um alto responsável da administração norte-americana.
A visita a Washington acontece numa altura em que Benjamin Netanyahu está a enfrentar duras críticas e apelos para uma eventual demissão, depois da polícia israelita ter recomendado a sua acusação por corrupção, fraude e quebra de confiança. O primeiro-ministro israelita afirma que as alegações são infundadas e recusa demitir-se do cargo.
Nas declarações citadas pela agência noticiosa francesa France Presse (AFP) não existe qualquer referência a um eventual encontro com o Presidente norte-americano, Donald Trump.
Netanyahu encontrou um ativo apoiante no Presidente norte-americano republicano que decidiu reconhecer, em dezembro passado, Jerusalém como a capital de Israel, medida que provocou a indignação palestiniana e a reprovação da comunidade internacional.
No início de fevereiro, os dois aliados protagonizaram um raro momento público de divergência.
A administração dos Estados Unidos rejeitou no início do mês as declarações de Benjamin Netanyahu quando este afirmou ter discutido com Washington um plano para a anexação de colonatos na Cisjordânia ocupada. Perspetiva que complicaria ainda mais os esforços para a paz naquela região e para a solução dos dois Estados, ou seja, a criação de um Estado palestiniano coexistente com Israel.
As afirmações de que essas discussões estão em curso “são falsas”, afirmou Josh Raffel, um porta-voz da Casa Branca que trabalha com Jared Kushner, genro de Donald Trump e conselheiro presidencial para o dossiê israelo-palestiniano.
“Os Estados Unidos e Israel nunca discutiram tal proposta e o Presidente continua focado na sua iniciativa para a paz israelo-palestiniana”, frisou o mesmo representante.
Milhares de israelitas exigiram hoje em Telavive a demissão de Benjamin Netanyahu, no poder há quase 12 anos, naquela que foi a primeira manifestação após a recomendação da polícia israelita.
A polícia israelita disse na terça-feira ter reunido provas suficientes para acusar Netanyahu, de 68 anos, por corrupção em dois processos.