O antigo ministro, Manuel Maria Carrilho, foi condenado esta quarta-feira ao pagamento de uma multa de 2400 euros, em substituição de uma pena de oito meses de prisão por ofensa à integridade física qualificada e injúria agravada contra o pedopsiquiatra Pedro Strecht. O caso ocorreu a 22 de janeiro de 2016 no intervalo de uma das audiências do processo de proteção e regulação do poder parental dos dois filhos do casal, no Campus de Justiça, em Lisboa. Manuel Maria Carrilho terá empurrado Pedro Strecht contra a parede.

Segundo a Sábado, o pedopsiquiatra deu um parecer sobre o estado psicológico dos filhos do ex-casal durante o processo de divórcio que não agradou o ex-ministro da Cultura. “Foi então desde logo nossa ideia clínica que as consultas ao Dinis estariam a evidenciar a instrumentalização emocional desta criança pelo pai, dotando-o de uma carapaça defensiva em relação a qualquer tipo de intervenção terapêutica que se deseja neutra”, considerou o especialista.

Manuel Maria Carrilho começou por colocar em causa as conclusões e a credibilidade do pedopsiquiatra. Já depois da acusação acabaria por pedir desculpa a Strecht. Justificou estar sob “pressão” e descontrolado emocionalmente. Depois doou mil euros à FAMSER – Associação de Apoio às Família Desfavorecidas, onde Pedro Strecht colabora.

O tribunal deu como provados os factos de que o governante vinha acusado, mas teve em consideração o seu pedido de desculpas e o contexto em que a agressão ocorreu. Carrilho foi representado pela advogada em tribunal.

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Os processos de Carrilho

Manuel Maria Carrilho tem conhecido várias sentenças nos últimos meses, todas relativas a processos registados após se ter separado da apresentadora de televisão Bárbara Guimarães. A última, a 15 de dezembro, referia-se precisamente ao primeiro processo por violência doméstica interposto por ela. Neste caso, a juíza decidiu absolveu-o do crime de violência de doméstica e de 21 crimes de difamação, mas condenou-o a um crime de difamação e a uma multa de 900 euros. O ex-governante terá, ainda, que pagar uma indemnização de 3 mil euros a Bárbara Guimarães.

A sentença foi precisamente o contrária da que lhe foi aplicada antes, a 31 de outubro, e a que foi condenado a uma pena suspensa de quatro anos e meio de cadeia pelos crimes de violência doméstica, ameaça, ofensas à integridade física, injúrias e denúncia caluniosa contra a ex-mulher, o seu ex-namorado, o empresário Ernesto “Kiki” Neves, e um amigo de Bárbara, Ricardo Pereira. O ex-governante, de 66 anos, foi ainda obrigado a frequentar um programa de sensibilização contra a Violência Doméstica e proibido de contactar com a ex-mulher.

Manuel Maria Carrilho tinha já sido condenado em dois outros processos, que já transitaram em julgado, pelo crime de difamação e ameaça agravada a familiares de Bárbara Guimarães. Um transitou em julgado em 2016 e outro já este ano.