A administração do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) negou esta quarta-feira ter pedido aos três diretores demissionários dos serviços de Medicina Interna que “adotassem qualquer medida que colocasse em causa as boas práticas clínicas”.

Os três diretores de serviço pediram a demissão devido à falta de resposta para a sobrelotação de doentes e à alegada pressão para atribuírem altas precoces, devido ao aumento da procura e a consequentes dificuldades no internamento, denunciou na terça-feira o Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

Em comunicado, a administração do CHUA confirmou ter tido uma reunião interna com os diretores demissionários, mas negou ter-lhes pedido “que adotassem qualquer medida que colocasse em causa as boas praticas clínicas, tendo única e exclusivamente sido solicitada uma colaboração ativa e conjunta na procura de soluções”.

Segundo o CHUA, a reunião visou debater “assuntos internos decorrentes de um acréscimo da procura de cuidados, especialmente no período de atividade gripal”, procurando, “através de uma atitude construtiva e do envolvimento”, encontrar soluções que “visassem mitigar os efeitos do aumento da procura de cuidados hospitalares”. Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do SIM, Jorge Paulo Roque da Cunha, disse na terça-feira que o hospital tentou pressionar os serviços para dar altas antecipadas, o que o sindicato considerou “irresponsável”.

O responsável apelou ainda para que o Ministério da Saúde invista naquele centro hospitalar, dotando-o “dos recursos humanos necessários”. O Conselho de Administração do CHUA está agora a analisar os pedidos de demissão.

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