Scott Blackmun demitiu-se do cargo de presidente executivo do Comité Olímpico dos Estados Unidos (USOC, na sigla em inglês). O anúncio foi feito pela organização num comunicado publicado no site oficial. Susanne Lyons, que já é membro da administração, assume o cargo provisoriamente.

Depois de oito anos na liderança da organização, Blackmun renuncia ao cargo “devido a problemas de saúde resultantes do cancro na próstata”, segundo o dirigente máximo do comité, Larry Probst. Mas o jornal The Washington Post, destaca que o anúncio da saída surge algumas semanas depois de dois senadores terem pedido a demissão de Blackmun, devido ao escândalo de Larry Nassar, o médico da seleção de ginástica que foi acusado de inúmeros casos de assédio sexual.

“Concordamos que é do interesse de Scott e do USOC que se identifique uma nova liderança que possa abordar imediatamente as iniciativas urgentes que temos à nossa frente”, disse também Probst, numa referência ao escândalo de abusos sexuais por parte de Larry Nassar contra mais de 150 atletas.

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O jornal norte-americano avança que a senadora Jeanne Shaheen, uma das que pediu a demissão de Blackmun, apelidou a decisão como “atrasada” e acrescentou que a nova liderança deve atribuir responsabilidades e fornecer respostas sobre o caso Larry Nassar. “É claro que a cultura no Comité Olímpico dos EUA precisa desesperadamente de mudar, de modo a priorizar a saúde e segurança dos atletas dos EUA”, afirmou Shaheen.

No comunicado em que anuncia a saída do presidente executivo, a USOC adianta que vai reunir recursos para apoio e aconselhamento das ginastas vítimas de Nassar, de forma a assegurar que as atletas tenham uma “voz mais forte” e garantir que as denúncias de abusos são devidamente reportadas ao Centro SafeSport.

Blackmun entrou para a administração USOC em 2010 e, segundo o comunicado, “foi [ele] a força motriz por trás de muitas das melhorias” que se verificaram ao nível da proteção das atletas — nomeadamente o desenvolvimento do programa SafeSport e do Centro SafeSport.