A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) prolongou por mais um mês as restrições às descargas da empresa de celulose Celtejo no rio Tejo, mas aliviou o nível de restrição que baixou de 50% para 30%.

Em comunicado, o Ministério do Ambiente sublinha que a limitação pode voltar aos 50%, impostos no final de fevereiro, na sequência do episódio de poluição no rio Tejo de janeiro, se se registar um agravamento da qualidade da água do rio.

Esta decisão é justificada com a “melhoria das condições de laboração da ETARI (Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais)” da empresa de celulose. Durante o próximo mês, a limitação do caudal passa a ser de menos 30% face ao valor inscrito na licença inicial da empresa de Vila Velha de Ródão cujas condições estão a ser revistas.

A restrição ao nível de carga orgânica despejado no rio obriga também a uma “redução da concentração do parâmetro CBO5 (carência bioquímica de oxigénio), que passa a ser de 1,6 kg por tonelada de pasta de papel produzida (kg/tSA)”. Foi o incumprimento deste parâmetro inicialmente estabelecido na licença da Celtejo em 2014 que levou a APA a rever em alta este critério em 2016, permitindo à Celtejo mais descargas até estar operacional a nova estação de tratamento

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A licença que está em revisão permitia à empresa descarregar 2,5 kg/tSA, situações que foi travada após o “incidente” de 24 de janeiro com espuma e lama no rio Tejo na zona de Abrantes. As análises realizadas à agua detectaram um nível excessivo de concentração de resíduos orgânicos gerados pela indústria. da celulose. A Celtejo foi apontada como a principal responsável por estas descargas, ainda que estas tenham sido efetuadas dentro do quadro legal, que entretanto está a ser reavaliado em função da seca que fez baixar o caudal do rio.

A empresa estava autorizada a rejeitar 15 mil metros cúbicos de efluentes por da, tendo passado a emitir 7.500 metros cúbicos por dia, na sequência das restrições impostas em fevereiro.

Segundo a APA, no último mês a concentração de oxigénio na água não baixa dos 7 mg/litro, um indicador que segundo o Ministério do Ambiente aponta para uma “boa qualidade da água”, considerando que o limite mínimo de qualidade é de 5 mg por litro. Se o valor de oxigénio descer abaixo dos 6 mg por litro, a Celtejo voltará a ver restringidas as suas emissões para o rio em 50%