O Conselho de Segurança da ONU reúne-se esta quarta-feira de urgência, às 15h (hora de Lisboa), para discutir a situação na Síria a pedido do Reino Unido e de França.
A reunião, que vai decorrer à porta fechada, será realizada “devido à deterioração da situação no terreno na Síria e a falta de aplicação” da trégua humanitária de um mês aprovada por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU no passado dia 24 de fevereiro, precisou um diplomata citado pela agência noticiosa francesa France Presse (AFP).
Esta reunião de urgência foi solicitada pela França e pelo Reino Unido, dois dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Dois intervenientes são aguardados nesta reunião: o secretário-geral adjunto para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, e o enviado especial da ONU para a Síria, o veterano diplomata italo-sueco Staffan de Mistura.
A reunião de urgência vai decorrer quando ainda prossegue o assalto das forças governamentais sírias e dos seus aliados russos e iranianos contra o enclave rebelde de Ghouta Oriental, o último grande bastião da oposição ao Presidente sírio, Bashar al-Assad, situado perto da capital síria (Damasco). Este enclave está sitiado desde 2013 pelas forças governamentais.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) atualizou, na terça-feira, o número de vítimas mortais em Ghouta Oriental, referindo que pelo menos 800 civis, incluindo 177 crianças, perderam a vida nos bombardeamentos realizados contra o enclave rebelde desde 18 de fevereiro.
Na segunda-feira, um comboio humanitário de 46 camiões entrou no enclave para distribuir ajuda alimentar e médica, mas teve de abreviar a sua missão devido aos bombardeamentos.
Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos ‘jihadistas’, e várias frentes de combate.
Num território bastante fragmentado, o conflito civil na Síria provocou, desde 2011, mais de 350 mil mortos, incluindo mais de 100 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados.