A Festa do Jazz, este mês, em Lisboa, terá concertos de mais de uma dezena de escolas, atuações de Maria João, André Fernandes e Rodrigo Amado, e formalizará uma Rede do Jazz Português. De acordo com o programa revelado esta quarta-feira à Lusa, a Festa do Jazz decorrerá entre os dias 22 a 25, com a programação a repartir-se entre o salão nobre do Conservatório Nacional, o Picadeiro do Museu de História Natural e Ciência, a Imprensa Nacional Casa da Moeda e a Universidade Lusíada.

Tida como um ponto de encontro anual do jazz português, em particular com ênfase nas escolas de música e em formações de jovens músicos, a Festa do Jazz aconteceu durante 15 edições no Teatro Municipal São Luiz. Não tendo sido renovada a parceria com o teatro municipal, a associação Sons da Lusofonia reajustou os moldes do festival para aqueles novos espaços, em particular para o conservatório e o picadeiro, onde se concentrará grande parte dos concertos.

São dias intensos com todas as gerações do jazz nacional, das escolas aos mais consagrados, incluindo todos os agentes culturais, vividos por um público tão fiel quanto dotado de espírito crítico”, afirma Carlos Martins na apresentação.

Entre os concertos programados contam-se, por exemplo, do saxofonista Rodrigo Amado, em trio com Hernani Faustino e Harris Eisenstadt, do pianista argentino Pablo Lapidusas, do vibrafonista Eduardo Cardinho, que se apresenta com um novo quarteto, e da cantora Maria João com o projeto Ogre.

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O guitarrista André Fernandes apresentará o novo álbum, “Draco”, enquanto a cantora Beatriz Nunes, que já trabalhou com os Madredeus, se lança a solo com “Canto Primeiro”, a apresentar na Festa do Jazz, acompanhada de Luís Barrigas (piano), Mário Franco (contrabaixo) e Jorge Moniz (bateria).

Entre as escolas convocadas para esta edição contam-se a Escola de Jazz do Convívio, de Guimarães, a Escola de Jazz do Barreiro, a Escola Profissional de Artes Performativas da Jobra, em Albergaria-a-Velha, a Escola de Jazz Luiz Villas-Boas, de Lisboa, o Conservatório de Música do Porto e a Jahas Rockschool, do Porto.

Este ano, haverá nova edição dos prémios RTP/Festa do Jazz, uma ‘masterclass’ com o saxofonista Andy Sheppard e, no último dia, a organização promove uma “reflexão sobre o posicionamento da música improvisada em Portugal e no estrangeiro”.

O objetivo é formalizar uma Rede do Jazz Português já a pensar também na conferência europeia sobre jazz e música improvisada que a Associação Sons da Lusofonia organiza em setembro em Lisboa.

Nas vésperas do arranque, no dia 21, está prevista na Universidade Lusíada uma formação para jovens estudantes de jazz intitulada “Ser músico de jazz em Portugal”, com o músico e programador Carlos Martins, o crítico de música e teatro Gonçalo Frota e o editor Pedro Costa. Ao longo de 15 anos, a Festa do Jazz acolheu cerca de 500 concertos, com mais de três mil músicos, e registou cerca de 100 mil espetadores.