O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Sigmar Gabriel, anunciou esta quinta-feira que não vai integrar o próximo Governo de coligação com Angela Merkel e que também não vai estar na primeira linha do Partido Social-Democrata Alemão (SPD).

Sigmar Gabriel fez este anúncio esta manhã na sua conta na rede social Twitter, depois de contactos com a líder designada do SPD, Andrea Nahles, e o líder interino, Olal Scholz. “Andrea Nahles e Olaf Scholz informaram-me hoje de que não vou integrar o próximo Governo”, escreveu, adiantando que se mantém apenas como deputado social-democrata no Bundestag, a câmara baixa do parlamento.

Na última legislatura, Sigmar Gabriel, líder do SPD entre 2009 e 2017, foi vice-chanceler e ministro da Economia, primeiro, e ministro dos Negócios Estrangeiros, depois.

No princípio de 2017, Gabriel aceitou abandonar a liderança do partido para abrir caminho à eleição de Martin Schulz, então considerado mais capaz de levar o SPD a uma vitória nas legislativas de 24 de setembro. Mas, com Schulz, o SPD obteve o seu pior resultado de sempre, ficando-se pelos 20,5% dos votos.

Durante as negociações entre o SPD e a União Democrata-Cristã (CDU) de Angela Merkel para a formação de uma nova coligação, Schulz reclamou para si a pasta dos Negócios Estrangeiros, o que suscitou resistências no partido, porque Gabriel era um dos políticos mais populares na Alemanha, e uma reação do próprio Gabriel, que afirmou que lhe tinha sido assegurado que, a haver coligação, permaneceria no cargo.

O incidente acabou com Martin Schulz a renunciar ao Ministério dos Negócios Estrangeiros. O SPD anuncia na sexta-feira a lista dos nomes que escolheu para exercer as seis pastas que lhe cabem no Governo de coligação com os conservadores: Finanças, Negócios Estrangeiros, Trabalho, Família, Justiça e Ambiente.

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