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36 anos depois, Oliveira ainda tem razão: por cada leão que cair, outro se levantará (a crónica do Desp. Chaves-Sporting)

Este artigo tem mais de 5 anos

Entre seis lesionados e dois castigados, Jorge Jesus ainda perdeu Bruno César logo aos 14' mas teve a boa nova do regresso de Bas Dost, que bisou no triunfo do Sporting em Chaves por 2-1.

Bas Dost voltou com fome de goleador: em meia hora, marcou os dois golos que deram a vitória ao Sporting
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Bas Dost voltou com fome de goleador: em meia hora, marcou os dois golos que deram a vitória ao Sporting

AFP/Getty Images

Bas Dost voltou com fome de goleador: em meia hora, marcou os dois golos que deram a vitória ao Sporting

AFP/Getty Images

Não sendo propriamente um destaque em campo como o trio de mosqueteiros que tem catapultado o Sporting no ataque (Bruno Fernandes, Gelson Martins e Bas Dost), Fábio Coentrão é o homem do momento nos leões. Quem diria, tendo em conta os cuidados que os responsáveis verde e brancos tiveram em “trabalhar” a imagem do lateral do Real Madrid que, nascendo sportinguista, um dia disse que em Portugal só voltaria ao Benfica. Hoje, ninguém tem dúvidas: dos murros desesperados no banco em Setúbal às lágrimas em Astana, passando pela forma como festejou a assistência para o primeiro golo com o Viktoria Plzen, o internacional é aquele exemplo de entrega ao jogo que qualquer adepto gosta. No entanto, este domingo, no dia em que celebrou 30 anos, acabou por ficar também de fora dos convocados de Jorge Jesus para Chaves por causa de uma gripe.

Ao todo, o treinador leonino que procurava a vitória 300 no Campeonato chegou a Trás-os-Montes com oito baixas, seis por razões físicas (Piccini, André Pinto, Coentrão, Podence, Rafael Leão e Doumbia) e duas por castigo (Bruno Fernandes e Acuña). Isto depois de ter jogador quinta-feira para a Liga Europa e antes de viajar até à Rep. Checa, recebendo depois no domingo o Rio Ave. A densidade competitiva dos verde e brancos vai deixando mossa, uma mossa que aumentou logo no primeiro quarto de hora com a saída por lesão do adaptado Bruno César.

Olhemos para a (crescente) sucessão de contrariedades nos últimos cinco encontros: com o Tondela, além do lesionado Podence e do castigado Coentrão, Mathieu foi expulso aos 60′; com o Astana, Piccini juntou-se a Podence no departamento médico; com o Moreirense, também com Dost lesionado além do lateral italiano e do avançado português, uma virose afastou Ristovski, Coentrão, Palhinha e William Carvalho; com o FC Porto, além do castigo de Gelson Martins (Petrovic foi despenalizado), André Pinto juntou-se ao trio de lesionado e Doumbia teve um problema muscular ainda na primeira parte; com o Viktoria Plzen, Piccini, André Pinto, Podence, Rafael Leão, Doumbia e Bas Dost estavam de fora por lesão; com o Desp. Chaves, Bruno César saiu logo aos 14′ (e deve juntar-se aos seis lesionados), Bruno Fernandes e Acuña estavam castigados mas… voltou ao Dost.

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Ficha de jogo

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Desp. Chaves-Sporting, 1-2

26.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Municipal Eng.º Manuel Branco Teixeira, em Chaves

Árbitro: Hugo Miguel (AF Lisboa)

Desp. Chaves: Ricardo; Paulinho, Maras, Nuno André Coelho, Djavan (Rafael Furlan, 90+1′); Jefferson (Jorginho, 70′), Pedro Tiba, Bressan; Perdigão, Davidson (Platiny, 80′) e William

Suplentes não utilizados: António Filipe, Pedro Queirós, Filipe Melo e Patrão

Treinador: Luís Castro

Sporting: Rui Patrício; Battaglia, Coates, Mathieu, Bruno César (Lumor, 14′); William Carvalho, Misic (Bas Dost, 56′); Gelson Martins, Bryan Ruiz; Rúben Ribeiro e Montero (Palhinha, 77′)

Suplentes não utilizados: Salin, Ristovski, Petrovic e Wendel

Treinador: Jorge Jesus

Golos: Bas Dost (62′ e 86′) e Platiny (90+1′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Bryan Ruíz (90+2′)

Havia uma placa na bancada central do antigo estádio José Alvalade com a frase “Por cada leão que cair, outro se levantará”. Está datada como tendo sido proferida a 16 de maio de 1982, por altura do triunfo leonino nesse Campeonato, mas na verdade foi dita em março por uma antiga glória do clube (e do FC Porto): António Oliveira. E porquê? Antes de um jogo muito importante para as contas do título com o Benfica, o avançado lesionou-se com gravidade (ficaria dois meses de fora), os leões perderam no Bessa com o Boavista e os adeptos começaram a duvidar da possibilidade de agarrar essa conquista. Foi então que o número 10 atirou aquele que ficou como um dos lemas verde e brancos, dando o mote para o que viria uns dias depois: Jordão fez um hat-trick num jogo em que Bento foi expulso, mas foi a força do coletivo que fez a diferença. 36 anos depois, a máxima está atual.

Perante um cenário dantesco de ausências, Jesus iniciou o encontro com duas adaptações nas laterais (Battaglia e Bruno César) e uma estreia no meio-campo, a de Misic. Que não é um construtor com meia distância com Bruno Fernandes nem tem o poder de recuperação do melhor Battaglia a ‘8’, mas teve o condão de mostrar pormenores interessantes a nível de posicionamento que permitiram até que William Carvalho subisse alguns metros (aqui o problema foi mesmo a quantidade anormal de passes falhados do internacional português). Mas não foi por isso que a primeira parte foi tão fraquinha, às vezes quase parecendo que se tratava de um jogo de pré-época. E nada fazia apontar para tal: em minutos consecutivos, Rui Patrício fez uma grande intervenção com William isolado na área aproveitando um corte defeituoso de Bruno César e Ricardo teve de ir ao chão travar um cabeceamento que bateu ainda em Jefferson antes de ser intercetado pelo guarda-redes flaviense de forma segura.

Com a primeira fase de construção tapada, o Desp. Chaves, uma equipa bem trabalhada por Luís Castro e que melhor trabalha as transições rápidas e verticais a par do Rio Ave, tinha tudo para conseguir fazer a diferença e apanhar em contra pé um Sporting com demasiados jogadores sem a intensidade defensiva necessária, mas quase nunca conseguiu lançar essas saídas venenosas de qualidade que lhe permitem ocupar a sexta posição. Em paralelo, o Sporting, mesmo gozando de mais espaço do que é normal para aquele jogo entre linhas onde Gelson Martins, Rúben Ribeiro e Bryan Ruíz poderiam desequilibrar, só por uma vez criou uma verdadeira oportunidade de golo, com Ricardo a sair que nem uma flecha e a fazer bem a mancha ao remate do internacional português.

O equilíbrio manteve-se no arranque da segunda parte, com uma oportunidade para o Sporting (após uma boa saída rápida, Rúben Ribeiro fletiu da esquerda para o meio, rematou em arco mas a bola saiu ao lado) e outra para o Desp. Chaves (na insistência após canto, Nuno André Coelho, que cumpria o jogo 100 no Campeonato, atirou rasteiro para nova boa intervenção de Patrício), até que Jorge Jesus fez uma espécie de all in das ambições verde e brancas no jogo: tirou Misic, recuou Bryan Ruíz e lançou Bas Dost. Para um lado ou para outro, o jogo iria mudar.

O holandês é um goleador e demorou seis minutos para fazer a diferença: grande jogada de Rúben Ribeiro na esquerda a deixar Paulinho para trás, cruzamento ao segundo poste e cabeceamento sem hipóteses do internacional. Na repetição, ficam muitas dúvidas sobre o posicionamento do dianteiro que parece um pouco adiantado em relação a Nuno André Coelho, mas tendo em conta que a repetição nunca é vista no enfiamento do lance mas sim de trás, tornou-se complicado ter uma certeza absoluta numa jogada que deverá ser muito dissecada ao longo da semana (com um dado importante de análise: no programa “Juízo Final” da SportTV, que consegue mostrar outros ângulos do lance, foi possível ver que o pé de Nuno André Coelho parece colocar Bas Dost em posição regular, daí que provavelmente Hugo Miguel nem sequer tenha parado o encontro, seguindo a indicação do VAR).

Mais do que o golo, Dost deu ao Sporting aquilo que mais faltava: referências. É certo que ter um jogador mortal no último toque ajuda muito, mas foi sobretudo pelos posicionamentos ofensivos que a equipa ganhou que se fez toda a diferença, de tal forma que, nos minutos seguintes, Bryan Ruíz, Battaglia e Coates ficaram perto do segundo golo. Até aos últimos dez minutos, os transmontanos tiveram apenas uma oportunidade. E que oportunidade: Bressan isolou Davidson com uma diagonal, o avançado brasileiro fintou Rui Patrício mas Battaglia, que tinha ficado para trás no início do lance, ainda foi a tempo de tirar a bola em cima da linha (80′).

O argentino aguentou a diferença pela margem mínima e acabou por contribuir de forma decisiva para sentenciar o encontro: após roubar a bola em terrenos mais adiantados, o médio adaptado a lateral direito galgou metros, foi em direção à área e assistiu Bas Dost, que só teve de empurrar para o 2-0 a quatro minutos do final. O Desp. Chaves ainda teve uma boa hipótese por William (Patrício defendeu outra vez), mas o máximo que conseguiu foi mesmo reduzir em cima do período de descontos, através de uma grande penalidade de Platiny.

Para o Sporting, quinta-feira há mais. Há mais e após uma viagem à Rep. Checa, onde os leões partem com uma vantagem de dois golos, Bruno Fernandes e Acuña voltam de castigo mas há, além dos lesionados Piccini, André Pinto, Podence, Rafael Leão e Doumbia (Fábio Coentrão deve recuperar), a nova baixa de Bruno César, as suspensões de Coates e William Carvalho, que viram amarelo em Alvalade, e as ausências de Lumor, Wendel e Misic, que não estão inscritos nas competições europeias. Em Chaves, aquela frase há 36 anos de António Oliveira manteve-se atual. Mas, jogando de quatro em quatro dias, até quando se manterá assim?

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