Hubert de Givenchy costumava dizer que a relação que mantinha com Audrey Hepburn, a musa inspiradora que vestiu durante três décadas, era “uma espécie de casamento”. Foi por ela que, em 2015, o estilista quebrou a reforma para escrever o livro “To Audrey With Love” e assumir uma vez mais o carinho que nutria pela atriz, com quem estabeleceu ligações mais próximas do que com Elizabeth Taylor ou Sophia Loren — actrizes famosas com quem trabalhou igualmente de perto. “Pouco a pouco, a nossa amizade cresceu e com ela uma confiança um pelo outro. Nunca havia crítica da outra parte, nenhuma chatice”, contava ao Telegraph. Esta tarde, Hubert de Givenchy morreu aos 91 anos. Para trás ficam as peças que criou e que são autênticas obras de arte.

Além de Audrey Hepburn, Givenchy também se deixou inspirar por Elizabeth Taylor e Jackie Kennedy. Entre as peças mais famosas criadas pelo estilista estão o vestido preto usado por Hepburn em “Boneca de Luxo”, o fato preto que Jackie levou ao funeral de John F. Kennedy e o vestido que Elizabeth Taylor usou nos Óscares. Mas ninguém encheu mais as medidas a Givenchy do que Hepburn: “Ela convidou-me para jantar, o que era fora do comum naquele tempo. E foi ao jantar que percebi que ela era um anjo”, contou o estilista à AnOther.

Audrey Hepburn era persistente. O convite foi feito com a atriz vestida com uma t-shirt e calças: “Acho que ela nunca tinha visto uma peça de alta costura antes. Eu estava ocupado a criar a minha próxima coleção e disse-lhe que não conseguiria, mas ela era teimosa”, dizia Givenchy. Não fosse essa teimosia, Givenchy admitia que nunca mudaria “a forma de olhar para as celebridades de Hollywood”: “Ela escrevia nos contratos que tinha de ser eu a criar as peças para ela. Foram os primeiros contratos deste género a serem feito”, recordou.

Mas nem só de Audrey Hepburn dependeu o sucesso crescente e meteórico de Givenchy: Jackie Kennedy também lhe deu muitas alegrias. Em 1961, a primeira-dama usou um fato assinado pelo estilista numa visita de Estado a França e a roupa valeu-lhe um elogio sonantes de Charles de Gaulle nas escadarias do museu de Versalhes: “Esta noite, madame, parece um Watteau”, numa referência às obras do artista bucólico Antoine Watteau.

Veja na fotogaleria as obras mais icónicas criadas por Givenchy.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR