Centenas de civis fugiram ou tentavam fugir esta segunda-feira da cidade de Afrine face ao avanço das forças turcas, que estão “às portas” desta cidade do noroeste da Síria, indicou uma organização não-governamental.

Próxima da fronteira turca, Afrine situa-se no enclave homónimo de maioria curda alvo de uma ofensiva do exército turco, em conjunto com rebeldes sírios, desde 20 de janeiro.

Ancara diz combater a milícia curda Unidades de Proteção do Povo (YPG), que considera “terrorista”.

“Perto de 2 mil civis já se refugiaram na localidade vizinha de Nobol por recearem um eventual assalto turco contra Afrine, enquanto centenas tentam ainda abandonar esta cidade”, disse à agência France Presse Rami Abdel Rahmane, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

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Ebrahim Ebrahim, do Partido de União Democrática (PYD), do qual as YPG são consideradas o braço armado, disse que são milhares os que estão a fugir de Afrine.

O porta-voz na Europa do maior partido curdo da Síria adiantou que os que estão a fugir dirigem-se para áreas controladas pelo Governo.

Citado pela agência noticiosa norte-americana Associated Press, Ebrahim referiu que os fugitivos temem ser vítimas de atrocidades por parte das tropas turcas e dos seus apoiantes, que descreveu como “grupos extremistas”.

Disse ainda que o exército turco destruiu centrais de água e energia que abastecem a cidade de Afrine.

De acordo com o OSDH, citado pela agência noticiosa espanhola EFE, os deslocados de Afrine nas localidades de Nobol e Zahraa já ascendem a 16 mil.

As forças turcas já controlam 60% do enclave e, segundo o observatório, a ofensiva já matou mais de 200 civis.

O OSDH divulgou esta segunda-feira um novo balanço sobre a guerra na Síria, a três dias do 7.º aniversário do conflito, dando conta de mais de 350 mil mortos, entre os quais 106.390 civis, onde se incluem 19.811 crianças.