O licor de Singeverga, o único licor português exclusivamente monástico, viu a chegada do Brexit ao Reino Unido impedir que fosse pela primeira vez em 72 anos exportado, disse à Lusa o padre Albino Nogueira. O referendo que em 2016 ditou a saída do Reino Unido da União Europeia, e cujo processo de negociação ainda decorre, teve implicação na tradição portuguesa de exportação de bebidas alcoólicas para o Reino Unido.

Segundo o responsável pela produção do licor produzido no Mosteiro de Singeverga, em Santo Tirso, distrito do Porto, no ano em que completou 72 anos de produção artesanal, o licor teve a primeira “boa oportunidade” de exportação, mas os “temores do empresário português interessado, devido ao Brexit”, não permitiram a concretização do negócio.

“Em 2017 fomos abordados por um empresário das redondezas, mas que está radicado há muitos anos em Londres, onde negoceia vinhos e licores, para um eventual negócio com o nosso licor”, relatou o padre Albino Nogueira. E acrescentou: “ele veio cá, viu como produzimos o licor mas, depois, temeroso com os impostos que poderiam vir com o ‘Brexit’ acabou por abandonar a ideia e o negócio não se concretizou”.

Fundado há 126 anos, o mosteiro beneditino de Singeverga produz há 73 o licor feito a partir da destilação de diversas especiarias e ervas aromáticas e que, segundo o monge, “por várias vezes recebeu propostas de exportação”, contudo, “nunca concretizadas”, devido a serem oriundas de mercados “que ofereciam pouca confiança”. Um desses casos, relatou, “surgiu de Taiwan, na Ásia, para uma loja que se dizia especializada na venda de produtos monásticos”.

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