O milionário chinês Li Shufu não parece ser um empresário de meias medidas. Será mais do “tudo ou nada” e terá sido com essa postura que encetou conversações com a Fiat Chrysler Automobiles (FCA), com o intuito de alargar a “colecção” de marcas do Zhejiang Geely Holding Group, adquirindo todo o portefólio do grupo italo-americano. Mas acabou antes por comprar 9,69% das acções da Daimler, convertendo-se assim no maior accionista do conglomerado germânico.

Na operação, o chinês gastou 7,3 mil milhões de euros, contudo, estaria na disposição de dizer ‘adeus’ a 22 mil milhões de euros para dizer ‘olá’ à FCA. Segundo escreve a Automotive News, foi essa a quantia que Li Shufu ofereceu directamente a John Elkann, herdeiro da família Agnelli e chairman da FCA. Sucede que os Agnelli, que comandam o Grupo Exor (com 30,8% do grupo italo-americano), entenderam que o valor estava abaixo daquilo que a FCA valeria, pelo que recusaram a oferta.

Como contraproposta, ter-se-ão mostrado na disponibilidade de aceitar o montante oferecido, desde que no bolo das marcas que passariam para o domínio chinês não estivessem a Alfa Romeo nem a Maserati. O que, ainda assim, permitiria a Li Shufu ficar com o controlo da Abarth, Chrysler, Dodge, Fiat, Jeep, Lancia, Mopar e RAM. Ou seja, mais oito companhias para juntar à Geely, Volvo Cars, Proton, Lotus e a London Electric Vehicle Company, que já são controladas pelo Zhejiang Geely Holding Group. Sem esquecer que este detém ainda 8,2% da Volvo AB, os veículos pesados e de construção suecos, e a Terrafugia, uma startup americana especializada em carros voadores.

Chegados a este ponto das negociações, foi a vez de Shufu recusar. Para ele, era tudo ou nada. Não satisfeito com o nada, Li virou-se para a Daimler, a sua segunda escolha. Em jeito de prémio de consolação ou com outros planos?

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