A greve de segunda-feira dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) teve um impacto mais visível na circulação de comboios, que ficou reduzida aos serviços mínimos de 25% decretados pelo tribunal arbitral, concentrados nas horas de ponta.

Os números da adesão à paralisação divulgados pela IP e pelos sindicatos do setor são muito divergentes, mas o balanço feito pela CP confirma que os utentes tiveram apenas ao seu dispor os comboios que se realizaram ao abrigo dos serviços mínimos.

Fonte da CP — Comboios de Portugal disse à agência Lusa que foram suprimidos 792 comboios entre as 00h00 e as 18h00 devido à greve.

“Num dia normal teriam circulado, até entre as 00h00 e as 18h00, 1.027 comboios, mas devido à greve dos trabalhadores da IP realizaram-se 235”, afirmou a mesma fonte.

O coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira, também disse à Lusa que só se realizaram os serviços mínimos ao longo deste dia de greve, que no setor ferroviário teve uma adesão superior a 90%.

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“No setor rodoviário a situação foi idêntica, com serviços encerrados ou a meio gás, mas foram mais visíveis os efeitos da greve na circulação ferroviária.

A IP emitiu durante a tarde um comunicado em que afirmava, com base em dados recolhidos até às 13:00, que a paralisação teve uma taxa global de adesão na ordem dos 14%, sendo de 26 % na área da circulação ferroviária.

“Estão a ser assegurados os serviços mínimos decretados pelo Conselho Económico e Social, na empresa e suas participadas, no que diz respeito ao comando e controlo da circulação de comboios de passageiros e mercadorias, tal como fixado pelo Tribunal Arbitral. Também está a ser assegurada a atividade do centro de controlo de tráfego, que promove todas as informações associadas ao tráfego rodoviário e a atividade das unidades móveis, que patrulham diariamente as estradas e prestam assistência aos automobilistas”, disse.

A IP referiu ainda que está em curso “um processo de negociação coletiva com vista à harmonização dos vários regimes laborais em vigor nas empresas do grupo IP”.

José Manuel Oliveira explicou à agência Lusa que a paralisação foi convocada, porque os trabalhadores das empresas do grupo IP não têm qualquer aumento desde 2009 e consideram que não podem esperar pelo final da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Os sindicatos reivindicam um aumento imediato na ordem dos 4%, que garanta um mínimo de 40 euros a cada trabalhador.

A IP é a empresa pública que resultou da fusão entre a Rede Ferroviária Nacional — REFER e a EP – Estradas de Portugal.