Nunca um presidente dos Estados Unidos desde Franklin Roosevelt tinha demorado tanto tempo a ir à Califórnia. Passaram 14 meses, desde que assumiu o cargo, para que Donald Trump visitasse aquele Estado. A visita aconteceu esta terça-feira, na qual o presidente esteve junto à fronteira com o México a ver alguns protótipos para o famoso muro que prometeu fazer se fosse eleito.

E já tem uma certeza: o muro tem que ser o mais alto possível.

Quanto maior melhor, porque assim é mais difícil passar por cima. Esta gente [imigrantes] são escaladores profissionais. Alguns destes muros eles conseguem escalar. Esses são os que não vamos usar”

Donald Trump a falar junto a um dos protótipos do muro (MANDEL NGAN/AFP/Getty Images)

Donald Trump aproveitou ainda a visita para criticar o trabalho que está a ser feito pelo governador da Califórnia, Jerry Brown. O presidente acusou Brown de ter tornado a Califórnia num estado “inundado de drogas” e “completamente fora de controlo”. O ano passado a Califórnia declarou-se estado santuário, deixando de colaborar com a polícia federal na detenção de imigrantes sem documentos. E este é um dos principais pontos de confronto entre Jerry Brown e Donald Trump. O presidente diz que “há cidades santuário, onde vivem os criminosos”. Brown usou o Twitter para responder, dizendo que “as pontes continuam a ser melhores que os muros”.

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A Califórnia é um Estado onde Donald Trump é bastante impopular. Nas eleições presidenciais de 2016 ficou atrás de Hillary Clinton por uma margem de 4,3 milhões de eleitores. E o panorama não mudou desde então. Ainda antes da chegada do presidente, o procurador-geral da Califórnia falou aos jornalistas sobre o muro: “Algumas pessoas acham que muros medievais podem manter-nos seguros.

Também Gavin Newsom, candidato a governador naquele Estado, reagiu à visita de Trump através do Twitter, onde diz que o muro é “impossível de completar”.

Donald Trump teve finalmente coragem de vir à Califórnia visitar o seu precioso muro – um monumento de 1900 milhas (cerca de 3.057 km) à idiotice, que é literalmente impossível de completar”

No vídeo que acompanha o tweet, e que é usado como parte da campanha de Gavin Newsom, é explicado o porquê da impossibilidade de completar a obra, tal como a existência de rios e montanhas, o que faz com que o muro “seja mais como queijo suíço”.

Mas nem só de protestos se fez a visita de Donald Trump à Califórnia. Algumas dezenas de apoiantes do presidente juntaram-se ao pé da zona onde estavam os protótipos pedindo-lhe para “proteger a fronteira”.