Dezassete. Este foi o balanço final de mortes do último tiroteio mortal numa escola dos Estados Unidos. Dezassete estudantes e professores morreram no Dia dos Namorados na Escola Secundária de Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida, num tiroteio levado a cabo por Nikolas Cruz, de 17 anos. Foi um dos dez maiores da história moderna do país — cinco dos quais foram nos últimos três anos. Foi também o 18.º tiroteio deste género numa escola nos Estados Unidos desde o início do ano e o 291.º desde o princípio de 2013. Há em média um tiroteio por semana numa escola, segundo a organização Everytown for Gun Safety. São tantos que alguns nem chegam a ser noticiados pela banalidade com que acontecem.

Estes números levaram centenas de estudantes a sair das suas salas de aula e a protestar por todo o país por um controlo de armas mais restrito e pelo fim dos tiroteios nas escolas. Por volta das 10h00 em cada fuso horário, deu-se início a uma marcha de 17 minutos — um minuto por cada pessoa que morreu no tiroteio na Escola Secundária de Marjory Stoneman Douglas, na Flórida, há exatamente um mês. “Isto não é uma questão da esquerda contra a direita. É uma questão de segurança pública”, disse Cate Whitman, da Escola Secundária de LaGuardia, em Nova Iorque, à CNN.

[Veja no vídeo as imagens e sons do tiroteio. E a emoção em direto do especialista em contra-terrorismo da CNN]

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Em todos os estados, estudantes marcharam pelas ruas. Em Washington, os protestos concentraram-se em frente à Casa Branca e ao Capitólio. De cidade em cidade, as manifestações foram diferentes. Em algumas, os estudantes ergueram cartazes com frases. “Devia estar a fazer trabalhos da faculdade e não o meu testamento”, lê-se num deles. Noutras cidades, os protestantes mantiveram-se em silêncio, como reporta o The New York Times. De uma forma ou de outra, o objetivo era um mesmo: acabar com os tiroteios nas escolas.

Na Escola Secundária de Marjory Stoneman Douglas — palco do tiroteio que vitimou 17 pessoas — o protesto foi sinónimo de tristeza, mensagens de condolências, flores e bonecos de peluche. O protesto foi permitido pela escola mas vários estudantes disseram ao The New York Times que foram alertados ​​que não seriam autorizados a voltar a entrar na escola se saíssem para o protesto. “É meio que injusto ara nós termos de ir à escola hoje, um mês depois de isto acontecer”, disse Nicolle Montgomerie, de 17 anos, ao mesmo jornal. “Precisamos mais do que 17 minutos“, rematou.

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