Os líderes políticos de França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos da América lançaram esta quinta-feira um comunicado implicando as autoridades russas no envenenamento ao ex-espião do país, Sergei Skripal, ocorrido em solo britânico. Na declaração conjunta, os líderes das quatro potências lembram que o agente tóxico envolvido no envenenamento é “desenvolvido em solo russo”, arrasam a postura da Rússia desde o ataque e alertam que a utilização desta substância “a um nível militar (…) torna esta a primeira vez” em que uma substância do género é usada por um país “desde a Segunda Guerra Mundial”.

Isto é um assalto à soberania do Reino Unido e qualquer utilização de um composto destes por um partido de poder é uma violação clara da Convenção sobre Armas Químicas [tratado assinado em 1993] e uma violação das leis internacionais. Ameaça a segurança de todos nós. O Reino Unido deu informação minuciosa aos seus aliados que torna altamente provável que a Rússia tenha sido responsável pelo ataque”.

O comunicado insta a Rússia a “pronunciar-se sobre todas as questões relacionadas com o ataque” e a revelar tudo sobre a evolução do programa Novichok, um programa russo de fabrico de agentes químicos altamente mortíferos que afetam o sistema nervoso. “Abominamos o ataque e partilhamos a posição do Reino Unido de que não há nenhum explicação alternativa plausível [além da tese do envolvimento das autoridades russas no ataque]. Notamos ainda que a incapacidade da Rússia em responder aos pedidos legítimos do governo do Reino Unido torna ainda mais clara a sua responsabilidade.”

Um agente policial britânico que também foi exposto ao ataque permanece seriamente doente e as vidas de muitos cidadãos inocentes britânicos foram ameaçadas. Queremos manifestar a nossa empatia para com todos eles e a nossa admiração pela polícia e serviços de emergência do Reino Unido, que responderam corajosamente aos acontecimentos”.

As quatro potências terminam o comunicado instando a Rússia a “agir em conformidade com as responsabilidades que tem enquanto membro do Conselho de Segurança da ONU”. Estas responsabilidades, lembram, traduzem-se na “promoção da paz e segurança internacionais”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR