O navio “Betanzos”, que começou a flutuar esta madrugada depois de dez dias encalhado junto ao Bugio, na foz do Tejo, deverá chegar cerca das 10h00 ao cais do Beato, onde será inspecionado.

Segundo disse à agência Lusa o porta-voz da Autoridade Marítima Nacional (AMN), Fernando Pereira da Fonseca, “o navio começou a flutuar por volta das 2h30, apanhou uma cota mais profunda, na ordem dos seis metros, e o rebocador fez o puxão final nessa altura”.

“A empresa que está a fazer o desencalhe achou que o rebocador de grande envergadura já não fazia sentido, porque o trem de reboque que estava passado tinha quase dois quilómetros de comprimento, e foi decidido passar o reboque para dois rebocadores mais pequenos, que estão a levar o Betanzos para o cais do Beato”, explicou.

O porta-voz da AMN referiu que o navio deverá chegar ao cais do Beato entre as 10h00 e as 11h00 e adiantou que, quando atracar, “será alvo de uma inspeção, sobretudo à área submersa, com particular cuidado para a hélice e a porta do leme, o governo do navio, que lhe dá a sua propulsão”. “À partida, na zona da quilha, o fundo do navio, provavelmente não tem qualquer dano, mas o facto de a hélice ter estado em contacto com a areia pode fazer com que haja algum dano e isso tem de ser avaliado”, disse o responsável.

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Fernando Pereira da Fonseca sublinhou ainda que terá igualmente de ser avaliada a âncora que ficou no fundo, quando o navio tentou fundear: “Desconheço se o navio tem uma segunda âncora. Se não tiver, esse sistema, que permite o navio fundear, também tem de ser recuperado para o navio poder seguir viagem”.

“Só depois das inspeções técnicas é que o armador poderá avaliar quais serão as próximas tarefas e, eventualmente, planear eventuais trabalhos para o navio seguir em segurança para o próximo porto”, acrescentou.

O “Betanzos” encalhou na madrugada de dia 6 de março, cerca das 01h00, à saída da barra de Lisboa, após uma falha total de energia e da tentativa de fundear, tendo ficado preso num banco de areia junto ao Bugio. A retirada do navio foi adiada devido às condições meteorológicas, que dificultaram o reboque do navio, mesmo quando a maré subia o suficiente para auxiliar essas manobras.