A chuva que caiu na primeira quinzena de março permitiu um “desagravamento muito significativo da situação de seca”. De acordo com o mais recente boletim do Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), 80% do território já não se encontra em estado de seca metereológica. As classe mais graves deste tipo de seca, a moderada e extrema, já não se verificam e apenas persiste a seca fraca em alguns locais do Litoral Norte, Baixo Alentejo e Algarve.

Para esta evolução, contribuíram níveis de precipitação em todo o território que foram três vezes superiores ao valor médio mensal para março. É o nono valor mais alto para março desde 1931 e o terceiro maior desde 2000. Em grande parte do interior e na região do Vale do Tejo, a chuva que caiu nestas duas semanas ultrapassa em quatro vezes o valor médio para o mês de março. O IPMA dá ainda o exemplo de Guarda, onde a precipitação atingiu um valor 630% mais elevado que o valor médio.

A lista dos locais onde se registaram maiores níveis de precipitação.

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Muita chuva veio com mais frio. Os valores médios da temperatura foram quase sempre inferiores aos normais para março.

Quanto ao teor de água no solo, verificou-se um aumento muito significativo para 80% em grande parte do território. O IPMA diz que em algumas regiões o solo está saturado de água, o que levou já a inundações sobretudo no norte do país e no vale do Tejo. Já no Alentejo, o IPMA avisa que a percentagem de água no solo ainda está abaixo dos 60%.

Os dados do IPMA dizem respeito à seca meteorológica e não reflectem outros factores como o nível de armazenamento de água nas barragens.

Já esta sexta-feira, o ministro do Ambiente deixava o aviso que as barragens no sul do pais ainda estavam abaixo do valor médio.

Bacias hidrográficas do sul ainda têm “menos água do que é comum”, diz o ministro do ambiente

O IPMA prevê que a chuva continue acima do valor normal para a época do ano por mais uma semana, até dia 23 de março, mas apenas no litoral e no norte. A chuva vai ser inferior ao normal para este mês nas regiões do centro e do sul na semana seguinte, que acaba no dia de Páscoa, a 1 de abril.