A Rússia continua a considerar as acusações de envolvimento no ataque ao ex-espião russo Sergei Skripal “sem sentido”. E agora, até exige um pedido de desculpas. O porta-voz do Kremlin disse esta segunda-feira que o Reino Unido tem de apresentar “provas apropriadas” ou “pedir desculpa”.

Mais cedo ou mais tarde estas alegações não fundamentadas vão precisar de uma resposta: ou sustentadas por provas apropriadas ou com um pedido de desculpas”, afirmou Dmitry Peskov.

As declarações do porta-voz de Vladimir Putin surgem depois de um comunicado conjunto de todos os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da União Europeia. Na comunicação, lida em Bruxelas, os ministros defendiam que “as vidas de vários cidadãos foram ameaçadas por este ato irrefletido e ilegal”. Ainda que não tenham acusado explicitamente a Rússia de estar por detrás do ataque ao ex-espião e à filha deste, a declaração da UE pede a Putin para responder às perguntas do Reino Unido sobre o agente nervoso usado no ataque e expressa “solidariedade inqualificável” com o Governo de Theresa May. 

O The Guardian conta que Boris Johnson, o chefe da diplomacia britânica, já respondeu às declarações de Peskov e defende que “a negação de responsabilidade por parte da Rússia está a ficar cada vez mais absurda”. Para Johnson, esta é uma “clássica estratégia da Rússia para tentar ocultar a agulha da verdade num palheiro de mentiras e obscurecimento”.

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Sergei Skripal e a filha, Yulia Skripal, foram vítimas de uma tentativa de homicídio em Wiltshire, Reino Unido, e encontram-se ambos em estado crítico. Os dois foram expostos à mesma substância tóxica, um composto químico que afeta o sistema nervoso. O ataque ocorreu a 7 de março e seguiram-se várias semanas de expectativas, com trocas de acusações entre Londres e Moscovo — que sempre jurou inocência no caso.

Na passada semana, Theresa May ordenou a expulsão de 23 diplomatas russos no Reino Unido como medida de retaliação. As autoridades de Moscovo responderam na mesma moeda e prometeram expulsar da Rússia diplomatas britânicos presentes no país: a promessa foi feita pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov. May deve discutir o ataque com os restantes líderes da União Europeia numa reunião esta quinta-feira, em Bruxelas.

May ordena a expulsão de 23 diplomatas russos no Reino Unido. “Têm uma semana para sair”