Os 13 filhos do casal Turpin, suspeito de os ter mantido em cativeiro e de lhes ter infligido vários tipos de maus-tratos, saíram do hospital e estão agora em três casas de acolhimento no condado de Riverside, na Califórnia. A informação foi avançada pelas autoridades locais na segunda-feira, à medida que se conhecem mais pormenores sobre a recuperação dos 13 filhos.

Os sete filhos maiores de idade (com idades compreendidas entre os 18 e os 29 anos) tiveram alta do Centro Médico Regional de Corona, onde passaram os últimos dois meses. “Houve algumas lágrimas [na despedida], tanto da equipa como dos próprios Turpin filhos”, declarou Mark Uffer, dirigente do Centro Médico. “Temos esperança de que eles possam aprender várias ferramentas para a vida como ir às compras ou cozinhar”, acrescentou. “Apesar de todas as coisas que alegadamente lhes fizeram, eles continuam a ter capacidade de amar e de confiar nas pessoas que são boas para eles. O seu espírito não foi esmagado.”

Entre os filhos menores, quatro estão numa casa de acolhimento e os outros dois irmãos estão numa terceira, todas em Riverside. Uma fonte da investigação explicou à CNN que não foi possível encontrar uma casa que acolhesse os seis ao mesmo tempo. “Eles falam frequentemente via Skype. Estão felizes por estar noutro sítio”, disse a mesma fonte.

Dentro da casa dos horrores. As explicações psicológicas para o caso dos 13 filhos acorrentados

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O advogado dos filhos mais velhos, Jack Osborn, confirmou que os levou do hospital para uma casa rural. “Eles querem ser conhecidos como sobreviventes, não como vítimas”, disse à ABC. À mesma televisão, o advogado contou um pouco da adaptação dos irmãos adultos, que pela primeira vez comeram coisas como frutos cítricos, gelados e comida mexicana. “Adoram qualquer comida que seja feita com produtos frescos. Adoram fruta, massa e sopa.”

Osborn contou ainda que os jovens têm ocupado o seu tempo com vários tipos de terapia e que gostam muito de ver filmes — a saga Star Wars é a preferida.

Os filhos do casal Turpin viviam escondidos em casa pelos pais, que geriam uma escola em casa. Segundo o procurador de Riverside, os 13 filhos foram sujeitos a maus-tratos físicos e psicológicos. Eram acorrentados às suas camas e só podiam tomar banho uma vez por ano. Quando foram encontrados, apresentavam claros sinais de subnutrição — a filha mais velha, de 29 anos, pesava apenas 37 quilos.