O presidente do Conselho Geral Independente (CGI), António Feijó, afirmou esta terça-feira que “nos últimos três anos” a RTP teve uma gestão financeira “equilibrada” e que a administração liderada por Gonçalo Reis foi “virtuosa”.

António Feijó, que falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, onde o órgão que supervisiona o Conselho de Administração da RTP, entre outras funções, está a ser ouvido, no âmbito de uma reunião ordinária, afirmou ainda que as notícias veiculadas sobre a eventual destituição do diretor de informação de televisão da RTP “são totalmente intempestivas”.

“As notícias surgidas na comunicação social” sobre nomeações na RTP “são totalmente intempestivas”, afirmou o presidente do CGI.

Lembrou que o Conselho de Administração tem de ser indigitado, o que ainda não aconteceu, já que se aguarda parecer das Finanças sobre o terceiro elemento que terá o pelouro financeiro. Depois, o órgão “tem de ser investido de funções” e aprovado na assembleia-geral onde estará representado o acionista Estado. Só após isso é que a administração “poderá então fazer convites formais”, explicou.

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Relativamente ao facto de as Finanças ainda não terem dado parecer ao terceiro membro do Conselho de Administração, pedido que deu entrada no início de fevereiro, António Feijó afirmou: “Tivemos contactos recentes com o secretário de Estado do Tesouro, mas não é ao CGI que compete revelar o seu teor”.

A Comissão de Trabalhadores (CT) da RTP exigiu, no passado dia 15 de março, à administração “um imediato e cabal esclarecimento público” sobre as notícias que dão conta da eventual exoneração do diretor de informação da televisão, Paulo Dentinho, e a sua substituição no cargo pelo jornalista Carlos Daniel.

Presidente da RTP desmente demissão de Paulo Dentinho

Questionado sobre o tema pela Lusa, no mesmo dia, o presidente do Conselho de Administração da RTP, Gonçalo Reis, afirmou: “Cada coisa a seu tempo, estamos a finalizar a constituição da administração, estamos a ultimar o Projeto Estratégico que responde aos desafios colocados pelo CGI [Conselho Geral Independente], para a equipa de gestão completa iniciar o mandato 2018-20”.

O gestor sublinhou que “eventuais ajustes em direções, de conteúdos e não só, considerados relevantes para a concretização de uma nova ambição para a RTP, serão sempre tratados com toda a ponderação, no devido momento, que ainda não chegou, e cumprindo os procedimentos adequados”. Sobre os nomes que se falam para as direções da televisão, Gonçalo Reis escusou-se a fazer comentários.

De acordo com as competências do Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), compete a este “emitir parecer prévio e vinculativo sobre a nomeação e destituição dos diretores e diretores-adjuntos de órgãos de meios de comunicação social pertencentes ao Estado e a outras entidades públicas que tenham a seu cargo as áreas da programação e da informação”. Ou seja, qualquer mudança nas direções da RTP passará sempre pelo crivo da ERC.

A atual administração da RTP está em gestão, já que o mandato terminou e a nova ainda não tomou posse. Em 25 de janeiro, o CGI convidou Gonçalo Reis para apresentar um Plano Estratégico para a RTP para o triénio 2018-2020 e em 8 de fevereiro procedeu à designação de Hugo Graça Figueiredo para integrar o Conselho de Administração do grupo de media público.