O mais recente candidato à presidência regional da Catalunha, Jordi Sánchez, apresentou esta quarta-feira a sua renúncia, numa carta escrita a partir da prisão de Estremera, nos arredores de Madrid, onde está preso preventivamente desde 16 de outubro de 2017.

A decisão de Jordi Sánchez, ex-presidente da ONG independentista Assembleia Nacional Catalã (ANC), abre caminho a uma nova ronda de consultas com os partidos que conquistaram assento no parlamento regional da Catalunha após as eleições antecipadas de dezembro do ano passado. As conversações entre as forças políticas e o presidente do parlamento da Catalunha vão começar esta quinta-feira de manhã e será feita uma sessão de investidura “nos próximos dias”.

Jordi Turull (à esquerda) é o favorito para ser o próximo presidente do governo regional da Catalunha

A renúncia de Jordi Sánchez abre caminho a que o presidente do parlamento regional da Catalunha, Roger Torrent, também ele independentista, designe o deputado do Juntos Pela Catalunha Jordi Turull como candidato à presidência do governo regional da Catalunha. A confirmar-se essa escolha, esta será a primeira vez que Roger Torrent vai escolher um candidato à presidência que poderá estar presente na sessão de investidura.

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A renúncia de Jordi Sánchez foi anunciada depois de o Tribunal Supremo ter vetado que o ex-presidente da ANC e número dois da lista do Juntos Pela Catalunha pudesse estar presente na votação onde seria decidida a sua investidura.

“O deputado Jordi Sánchez, dada a reiterada vulneração dos direitos fundamentais por parte dos direitos do Estado, fez-me chegar uma carta com a renúncia à sua candidatura”, informou esta quarta-feira de manhã o presidente do parlamento da Catalunha. “Portanto, Jordi Sánchez, num ato de generosidade, renuncia à sua candidatura para permitir uma investidura e assim acabar com o atual estado de usurpação das instituições da Catalunha.”

Roger Torrent tem escolhido candidatos independentistas para investidura

Jordi Sánchez é o segundo nome a ser proposto por Roger Torrent que não chega a ser votado no parlamento regional da Catalunha. O primeiro foi Carles Puigdemont, ex-presidente do governo regional e número um da lista do Juntos Pela Catalunha.

O ex-líder independentista renunciou à sua candidatura depois de ter sido vetada uma investidura sem a sua presença física no parlamento regional. Só depois desta renúncia é que Jordi Sánchez foi escolhido por Roger Torrent, por ser o segundo na lista do Juntos Pela Catalunha, partido que, apesar de não ter ficado em primeiro lugar, é a maior força do bloco independentista, que obteve maioria absoluta.

Tudo indica que Roger Torrent continuará a entender que a sua escolha para candidato à presidência do governo regional da Catalunha deverá sair novamente da lista do Juntos Pela Catalunha, uma vez que é o maior partido entre os independentistas. O próximo nome da lista é o de Jordi Turull, uma vez que a número três da lista, a ex-conselheira Carla Ponsatí, renunciou ao cargo de deputada.

Jordi Turull foi conselheiro da presidência no governo de Carles Puigdemont e esteve preso preventivamente de 2 de novembro até 4 de dezembro, quando saiu em liberdade após pagar uma fiança de 100 mil euros. É suspeito dos crimes de rebelião e desvio de fundos.