O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, apresentou a demissão. A decisão surge na véspera de uma votação no Congresso, da qual poderia resultar a sua destituição, escreve a Reuters.

A demissão do chefe de Estado será motivada pela divulgação de gravações que sugerem que o partido de Pablo Kuczynsky, Peruanos Pela Mudança, ofereceu contratos de trabalho em troca de votos que pudessem evitar o seu impeachment.

Os filmes apresentados pelo principal partido de oposição mostram alegadas tentativas do advogado de Kuczynski, um funcionário do Governo, e Kenji Fujimori, o filho do ex-homem-forte Alberto Fujimori, a tentarem convencer o legislador a apoiar o Presidente em troca de contratos estaduais no distrito.

Pablo Kuczynski anunciou, em comunicação televisiva, a intenção de renúncia ao cargo perante o que classificou como “situação difícil de acusações de corrupção injustas”: “Penso que o melhor para o país é que me demita da Presidência da República”.

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Segundo a agência de notícias não é ainda claro que a oposição aceite a demissão. A Frente Popular, que controla o Congresso, pode avançar com a destituição baseada na sua “indignidade moral” para governar. Se a opoisção aceitar a demissão, o Congresso do Peru transferirá o poder para o vice-Presidente Martin Vizcarra, que tem servido o país como embaixador no Canadá.

O legislador do partido no poder, Pedro Olaechea, escreveu no Twitter: “As instituições devem ser protegidas, por isso, peço com tristeza, que se afaste, Sr. Presidente.”

O governo de Kuczynski negou as alegações da compra de votos depois da série de vídeos ter sido divulgada. Já em dezembro, o Presidente resistiu à demissão quando o partido da oposição revelou as suas ligações à Odebretch, a ser investigada pela Operação Lava-Jato.

A demissão do presidente peruano surge a poucas semanas da realização de uma cimeira de Estados americanos em Lima, que contará com a presença de Donald Trump.