O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, apresentou a demissão. A decisão surge na véspera de uma votação no Congresso, da qual poderia resultar a sua destituição, escreve a Reuters.
A demissão do chefe de Estado será motivada pela divulgação de gravações que sugerem que o partido de Pablo Kuczynsky, Peruanos Pela Mudança, ofereceu contratos de trabalho em troca de votos que pudessem evitar o seu impeachment.
Os filmes apresentados pelo principal partido de oposição mostram alegadas tentativas do advogado de Kuczynski, um funcionário do Governo, e Kenji Fujimori, o filho do ex-homem-forte Alberto Fujimori, a tentarem convencer o legislador a apoiar o Presidente em troca de contratos estaduais no distrito.
Pablo Kuczynski anunciou, em comunicação televisiva, a intenção de renúncia ao cargo perante o que classificou como “situação difícil de acusações de corrupção injustas”: “Penso que o melhor para o país é que me demita da Presidência da República”.
Segundo a agência de notícias não é ainda claro que a oposição aceite a demissão. A Frente Popular, que controla o Congresso, pode avançar com a destituição baseada na sua “indignidade moral” para governar. Se a opoisção aceitar a demissão, o Congresso do Peru transferirá o poder para o vice-Presidente Martin Vizcarra, que tem servido o país como embaixador no Canadá.
O legislador do partido no poder, Pedro Olaechea, escreveu no Twitter: “As instituições devem ser protegidas, por isso, peço com tristeza, que se afaste, Sr. Presidente.”
La investidura presidencial va más allá de las personas. Se necesita proteger las instituciones. Por eso, con mucho pesar, señor presidente, le pido que dé un paso al costado.
— Pedro Olaechea (@Pedro_Olaechea) March 21, 2018
O governo de Kuczynski negou as alegações da compra de votos depois da série de vídeos ter sido divulgada. Já em dezembro, o Presidente resistiu à demissão quando o partido da oposição revelou as suas ligações à Odebretch, a ser investigada pela Operação Lava-Jato.
A demissão do presidente peruano surge a poucas semanas da realização de uma cimeira de Estados americanos em Lima, que contará com a presença de Donald Trump.