O Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quarta-feira que vai vigiar de perto os sistemas de remuneração dos bancos europeus, alguns dias depois do Deutsche Bank ter gratificado os seus banqueiros com grandes prémios apesar de ter registado um prejuízo anual. “Vamos examinar de perto os sistemas de remuneração para ver se são propícios a uma gestão saudável e prudente dos bancos”, declarou esta quarta-feira a francesa Danièle Nouy, que é presidente do supervisor único dos grandes bancos da zona euro do BCE, durante um discurso proferido em Frankfurt.

O BCE pretende assegurar que os regimes de remuneração existentes estão “conforme as normas europeias definidas pela Autoridade Bancária Europeia (ABE)”, precisou. Estas declarações surgem dias depois do maior banco alemão, Deutsche Bank, ter atribuído aos seus efetivos um envelope de prémios muito mais elevados do que os pagos em 2017, num total de 2,2 mil milhões de euros, contra quatro vezes menos em 2017, e apesar de ter registado prejuízos líquidos anuais de 751 milhões de euros.

A divisão de banca de investimento, cujas receitas caíram em 2017 16% face ao ano anterior, foi a maior responsável por esta queda. O patrão do banco, John Cryan, considerou prioritário investir nesta divisão, que tem mais de 17.000 funcionários, maioritariamente corretores e conselheiros.

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